Goiânia – A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) pediu informações ao comando do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás, no Jardim Guanabara, na capital goiana. A iniciativa surgiu após denúncia de que alunos teriam sido proibidos de usar agasalhos que não fossem uniformes, durante a onda de frio que atinge a cidade, na manhã dessa quinta-feira (19/5). A temperatura registrada na data foi de 6ºC.
Por meio do Núcleo Especializado de Direitos Humanos, o órgão enviou um ofício ao colégio, que tem 48 horas para dar explicações sobre o ocorrido. Conforme a denúncia dos alunos, cerca de 30 estudantes tiveram que tirar a blusa de frio.
Uma aluna teria dito que às 6h estava muito frio e o subcomandante “humilhou” os alunos – nenhuma das fontes soube informar o nome dele. “Colocaram os alunos do lado de fora e obrigaram a tirar o agasalho que não era do colégio”, descreveu.
De acordo com a aluna, alguns estudantes choraram e outros passaram mal. Outra teria dito que o subcomandante afirmou que quem não tem dinheiro para adquirir o agasalho da instituição “não é merecedor do colégio militar”. Pelas redes sociais do colégio, pais e alunos criticaram o ocorrido.
Descabida
Para a Defensoria, “ressalta-se de antemão que referida conduta por parte da instituição seria descabida e incoerente, considerando o período de baixas temperaturas”. “Considerando que a suposta atitude por parte do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás é discriminatória e viola a dignidade e os direitos humanos dos estudantes, esta Defensoria Pública solicita informações acerca da situação”, diz o documento.
De acordo com o comando da instituição, ao tomar ciência do fato, “imediatamente tomou as medidas administrativas para apurar o caso”. Ainda segundo a escola, uma das providências já tomadas é “autorizar o uso de vestimentas não previstas em nosso uniforme regulamentar, tais como: blusas, agasalhos, moletons” durante o período de frio. No entanto, é exigido que os itens “sejam sob o uniforme e não descaracterizem o padrão do uniforme”.
Por meio de nota, a escola disse ainda que “não coaduna com qualquer desvio de conduta e que toda reclamação será apurada”.
Conforme os estudantes, os dois agasalhos vendidos pela entidade custam cerca de R$ 70 e R$ 125, respectivamente. Nesta sexta (20/5), diversos pais foram até a instituição reclamar e pedir explicações sobre a situação. Grupos em aplicativo de mensagens também foram criados para relatar e enviar fotos e vídeos sobre o que havia acontecido.
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