A crítica de setores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de que foi abandonado pelo governo depois do anúncio da criação e a instalação de uma CPI para investigar as invasões de terra organizadas pelo grupo caiu por terra nesses últimos dias.
Numa ofensiva pensada, o governo enviou alguns de seus grandes nomes para a feira do MST, em São Paulo, ciente de todos os riscos e com um objetivo declarado: não irá abandonar os seus pelo caminho.
O evento dos sem-terra não contou apenas com a bancada do MST no Congresso ou somente do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, próximo ao grupo.
A cúpula da economia do governo segue estendendo as mãos aos companheiros da reforma agrária. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) já havia se reunido com a cúpula do movimento recentemente em São Paulo, quando fervia na Câmara a ação para criar a CPI.
Agora, Haddad aparece como garoto-propaganda de um fubá sem agrotóxico produzido pelo MST e postou com fervor o início da feira nas suas redes. O ministro só não foi porque está em viagem ao exterior.
Mas a grande estrela do governo no evento foi o vice-presidente, Geraldo Alckmin. Fez questão não só de comparecer como de deixar ser fotografado ao lado de líderes do MST, como João Pedro Stédile, João Paulo Rodrigues e Gilmar Mauro.
Anteontem, o ministro interiro da Fazenda e secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, compareceu a feira e circulou pelas barracas. Ele foi indicado por Lula para assumir a Diretoria de Políticas Monetárias do Banco Central. Seu nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado, onde será submetido a uma sabatina.