O depoimento do general Walter Braga Netto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 no Congresso Nacional, que estava previsto para a próxima terça-feira (19/9), foi cancelado.
A convocação do militar, ex-ministro da Defesa e candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PL), foi solicitada em requerimentos apresentados pelo deputado Duarte Jr. (PSB-MA) e pelas senadoras Ana Paula Lobato (PSB-MA) e Eliziane Gama (PSD-MA).
No requerimento, os parlamentares justificaram a convocação afirmando que Braga Netto deve esclarecer o “envolvimento direto ou indireto em fatos que possuam nexo de causalidade na tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro”.
Além disso, os parlamentares pedem que o ex-ministro da Defesa explique a suposta tentativa de implantação de um Estado de Defesa e do uso das Forças Armadas para contestar o resultado das eleições de 2022.
Os deputados citam a “minuta do golpe” encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres como um indício de que o entorno de Jair Bolsonaro estaria envolvido em uma suposta tentativa de intervenção contra o resultado das eleições.
“Nesse sentido, a oitiva do General Braga Netto possui incontestável relevância para esta CPMI, especialmente diante da necessidade de esclarecimentos sobre as situações apresentadas de tentativa de implantação do Estado de Defesa e uso das forças armadas para contestar o resultado eleitoral”, consta em um dos requerimentos.
No lugar do depoimento de Braga Netto, foi marcada a oitiva de Osmar Crivelatti, ex-assistente de Bolsonaro. Ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal no caso das joias.
A CPMI quer ouvir o militar para tratar sobre sua suposta participação em atos antidemocráticos após as eleições de 2022.