Indicado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e, atualmente, um dos nomes mais fortes para assumir a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), o delegado da Polícia Federal Cláudio Bandel Tusco já foi indiciado pela Polícia Civil do DF por suspeita de fornecer dados sigilosos de agentes e delegados a um investigado da polícia brasiliense. À época, Tusco foi interrogado e confessou os fatos.
O episódio ocorreu em 2018, durante investigação de agressão em um condomínio residencial que tinha como principal alvo um colega de infância de Tusco. À época, o delegado da Polícia Federal foi procurado pelo suspeito, o qual solicitou, via WhatsApp, informações sobre os servidores que conduziam o inquérito policial.
Na ocasião, segundo o processo, o postulante a secretário acessou o sistema restrito da Polícia Federal e obteve os dados pessoais de dois delegados e de um agente da PCDF, entre os quais nome, filiação, CPF, RG, CNH, título de eleitor, endereço e telefone e os repassou, por meio de aplicativo de mensagem, para o investigado.
A PCDF constatou que o delegado federal, também a pedido de seu colega, forneceu os dados pessoais e profissionais de uma empresária do Gama ao suspeito. Os fatos foram descobertos após a apreensão do celular do alvo. No âmbito do mesmo inquérito, Tusco foi indiciado pelo crime de violação de sigilo funcional.
A coluna apurou, ainda, que a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do delegado e de seu amigo. Porém, apenas a segunda foi decretada sob o entendimento de que o crime perpetrado pelo agente público teria de ser apurado pela Justiça Federal.
Dessa forma, o indiciamento do delegado federal foi tornado sem efeito pelo Poder Judiciário. A parte dos crimes atribuídos a ele foram remetidos para a Justiça Federal, uma vez que o judiciário entendeu que o delegado da PCDF responsável pelo indiciamento era incompetente para tanto.
O crime de violação de sigilo funcional passou a ser investigado pela PF, a qual também instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta do delegado. A coluna procurou Tusco e a PF, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Fraude em pontoConforme noticiou o colunista Guilherme Amado, Cláudio Tusco também é alvo de outra investigação. Ele teria ajudado a fraudar o ponto de um servidor do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo o processo na Corte sobre o caso. Tusco nega a acusação e diz que o inquérito criminal contra ele devido ao ocorrido foi arquivado pela PF.
Em 2008, o STJ demitiu o servidor Joás Barbosa Gomes após um processo disciplinar concluir que ele emprestava sua senha a Tusco, seu ex-colega, para que ele batesse o ponto em seu nome e gerasse mais horas extras.