O depoimento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, foi transferido para a terça-feira, 11, a partir das 9h, no Senado. A oitiva do militar, que está preso desde 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação,. estava inicialmente prevista para a terça-feira, 4. O depoimento de Cid ocorre após a oitiva do coronel Jean Lawand Junior, com quem Mauro Cid trocou mensagens de telefone celular abordando um possível golpe de Estado. Lawand já depôs em junho. O comparecimento de Mauro Cid será obrigatório, porque a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento à comissão parlamentar mista de inquérito. Ele poderá ser acompanhado por advogado e poderá não responder determinadas questões que levem à incriminação.
Histórico
Na CPMI do 8 de Janeiro, Mauro Cid ele deve ser questionado principalmente sobre os diálogos presentes em relatório da Polícia Federal, e encontrados em seu celular, que mostram uma conversa com coronel Jean Lawand Junior, do Estado-Maior do Exército, que incentivava a realização de um golpe de Estado. Como o site da Jovem Pan mostrou, Lawand Junior pedia que Cid convencesse o então presidente Jair Bolsonaro a “fazer alguma coisa”. Em 2º de dezembro de 2022, o coronel encaminhou mensagem ao Cid sobre suposto golpe: se o “EB [Exército Brasileiro] receber a ordem, cumpre prontamente. De modo próprio o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então está nas mãos do PR [presidente]”. A última troca de mensagens aconteceu em 21 de dezembro de 2022, quando Jean Lawand Junior escreveu: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos”. E Cid respondeu: “Infelizmente”.