O resultado de um estudo publicado no último mês de maio na revista científica New England Journal of Medicine, que testou com sucesso dois transplantes de rins de porcos geneticamente modificados em humanos em morte encefálica, é uma esperança para milhões de pessoas no mundo que estão na fila do transplante de rim. Os rins transplantados funcionaram perfeitamente nas 54 horas de monitoramento.
“Este é um estudo muito inicial, mas que traz esperança, pois não houve rejeição hiperaguda e houve sobrevida desse órgão após as 54 horas estudadas. Por isso, um resultado muito promissor”, destaca a nefrologista Daniela Moura. Segundo ela, o xenotrasnplante de porcos geneticamente modificados se tornou uma das mais promissores soluções para a escassez de órgãos humanos disponíveis para transplante.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) coletados em janeiro desde ano mostram que 1.244 baianos estão na fila de espera do transplante de rim. “Os xenotransplantes podem ser a solução para aumento da oferta de órgãos, redução da fila de transplantes e despesas para tratar pacientes com doenças renais”, comenta Daniela Moura.
O xenotransplante foi tema de um simpósio realizado nesta quinta-feira (09) na Academia Nacional de Medicina. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, em 2021, a fila de espera por transplantes tinha 45.664 pacientes ativos. Desses, 26.230 precisavam de uma doação de rim, o que representa mais de 57%.
“O transplante renal está indicado para pacientes que apresentam doença renal crônica avançada. O transplante renal é considerado a mais completa alternativa de substituição da função renal. Ele tem como principal vantagem a melhor qualidade de vida, pois o transplante renal garante mais liberdade na rotina diária do paciente”, completa a médica nefrologista Daniela Moura.
O artigo completo pode ser acessado neste link: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2120238