São Paulo – O ex-policial militar Gilberto Eric Rodrigues foi condenado a 125 anos de prisão na Justiça paulista por participação em uma chacina que deixou sete mortos e dois feridos na capital paulista, em 2013. A defesa do ex-PM informou que vai recorrer.
O júri foi concluído na última sexta-feira (31/3), com placar de 4 a 3 pela condenação do ex-PM, e o resultado foi divulgado nesta segunda-feira (3/4) pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), autor da denúncia.
ChacinaA chacina aconteceu por volta das 23h do dia 4 de janeiro de 2013, uma sexta-feira, em um bar do bairro Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. A investigação mostrou que Rodrigues e mais sete colegas do 37º Batalhão de Polícia Militar foram ao local para matar um homem que teria filmado um homicídio, também praticado por PMs.
Os acusados entraram no estabelecimento gritando que eram “polícia” e atiraram diversas vezes contra as pessoas que estavam no comércio deixando sete mortos e dois feridos.
A apuração também revelou que os PMs foram vistos recolhendo cápsulas das munições usadas na chacina e as entregaram a outro integrante da corporação.
PMs presosNa época do crime, o sargento Adriano Marcelo do Amaral, de 40 anos, o soldado Carlos Roberto Alvarez, de 38 anos, a cabo Patrícia Silva Santos, de 36 anos, e os soldados Gilberto Eric Rodrigues, de 25 anos, e Fábio Ruiz Ferreira, de 29 anos, foram presos preventivamente, acusados de homicídio qualificado e tentativa de homicídio.
Os policiais Luis Paulo Ushoas Ungur e Sandro Andrey Alves responderiam em liberdade pelo crime de fraude processual por terem alterado a cena do crime.
Segundo o site Intercept, oito policiais foram denunciados pela chacina, mas o juiz Alberto Anderson Filho, do 1° Tribunal do Júri de São Paulo, só acatou a denúncia contra o soldado Gilberto Eric Rodrigues.
Vídeo de assassinatoUma das vítimas da chacina foi o rapper Laércio Grimas, de 33 anos. Ele era conhecido na região como DJ Lah e também era apontado como possível autor do vídeo que registrou o assassinato do servente de pedreiro Paulo Batista do Nascimento por cinco PMs em novembro de 2012.
As imagens feitas por uma pessoas escondida mostram o servente de pedreiro sendo levado rendido para o porta-malas de uma viatura. Em seguida, os policiais atiraram nele.
Ao Metrópoles, o advogado Gilberto Quintanilha Pucci, defensor do ex-PM condenado, disse que seu cliente sequer estava no local da chacina em 2013 e que vai recorrer da decisão do júri.
“A defesa mostrou que o Gilberto não estava no local, através das ERBs (sinais de antena) do celular. No entanto, ele foi condenado por 4 a 3 no júri. No entendimento da defesa, é uma condenação contrária às provas dos autos”, afirmou Pucci.