InícioEditorialFamília em situação de rua recebe casa para morar em Salvador

Família em situação de rua recebe casa para morar em Salvador

Quando deixou o município de Água Fria, no Centro-Norte da Bahia, com o marido e quatro filhos Mariana Nascimento, 37 anos, esperava consegui um emprego em Salvador. A família alugou uma casa enquanto procurava por trabalho, mas a chance não surgiu, eles tiveram que entregar o imóvel e mudaram para debaixo de um viaduto, em Água de Meninos. Ela contou essa história sentada no sofá da nova casa, entregue nesta quarta-feira (28). A família Nascimento foi a primeira beneficiada por um novo programa municipal que tem por objetivo oferecer moradia para pessoas que vivem em situação de rua. Mariana contou que viver ao relento impõe uma série de desafios e lembrou de um episódio recente quando um temporal atingiu Salvador, deixou as crianças assustadas e a enxurrada molhou os poucos bens que eles possuíam, como lençóis e papelão. “Agora, meus filhos não estão mais correndo risco, eles têm uma moradia digna e uma cama, vão poder parar de dormir comigo, porque minha coluna não está aguentando mais. É a minha casinha, com um fogãozinho e um lazer. Graças a Deus eu fui contemplada e espero que mais famílias sejam beneficiadas”, contou. O programa Moradia Assistida: Reinventando Caminhos seleciona pessoas que vivem nas ruas, aluga uma casa, inscreve esses moradores nas ações sociais do Município e oferece cursos profissionalizantes em parceria com o Senai Cimatec. A meta é que em até dois anos essas famílias consigam se sustentar sem a ajuda do Poder Público, mas o prazo pode ser prorrogado. Em Salvador, existem unidades de acolhimento para pessoas em situação de rua, mas elas são coletivas e dificilmente conseguiriam abrigar em um mesmo local sete membros da mesma família. Isso porque, além do marido e dos quatro filhos, Mariana deu à luz recentemente a uma bebê. A criança tem dois meses. A nova moradia fica em Paripe, no Subúrbio Ferroviário, tem dois quartos e camas para cada um dos filhos. Programa O objetivo é alcançar 20 famílias, e cerca de 100 pessoas, nessa primeira fase. Segundo a prefeitura, estão sendo priorizadas famílias grandes, moradores que fazem uso abusivo de drogas e que não aderem aos modelos atuais de residência provisória. As primeiras dez já foram selecionadas, e mais dez estão em processo seletivo. O prefeito Bruno Reis (União Brasil) entregou a chave nas mãos de Mariana, depois, frisou que a pandemia agravou a situação financeira de muitos soteropolitanos. Ele lembrou que quando assumiu o comando da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza, em 2015, Salvador tinha dois hotéis sociais que ofereciam 100 vagas, e que atualmente há cerca de mil acomodações, aluguel social e programas de habitação. “Tenho certeza que o Moradia Assistida será um sucesso. Além de oferecermos a casa toda mobiliada também tem um conjunto de apoios na área social. Vamos reduzir os danos sofridos por essas famílias, fortalecer os vínculos, com acompanhamento de assistentes sociais e psicólogos, e vamos qualificar essas pessoas para que possam ser reinseridas no mercado de trabalho e tenham autonomia”, explicou. O programa é executado de forma indireta, por meio de parceria com Organizações da Sociedade Civil (OSCs) responsáveis pela equipe técnica multidisciplinar, composta por assistente social, psicólogos e redutores de dano. O objetivo é acompanhar e monitor as famílias acolhidas. A Agência adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) foi a instituição selecionada. A prefeitura informou que Mariana e família são acompanhadas há 8 meses, que o grupo residia em ocupação irregular, e que o companheiro dela faz uso abusivo de cocaína e álcool. Ambos são beneficiários do Bolsa Família e trabalham de maneira informal no Mercado do Peixe de Água de Meninos. Desde que foram inseridos no programa, a família é acompanhada pela rede assistencial da Prefeitura, formada pelo Consultório na Rua, Centro POP, NUAR, CRAS, Programa Corra Pro Abraço, UBS Barbalho e Projeto Axé. Já o Moradia Assistida, lançado nesta quarta-feira, está relacionado a um programa nacional que foi inspirado no modelo internacional Housing First.

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