Os executivos da Fiat são categóricos: querem melhorar a percepção de qualidade dos produtos da empresa. Para isso, diversas ações têm sido tomadas, desde a modernização das concessionárias até o lançamento de produtos com maior valor agregado.
Uma das novidades é uma configuração esportiva do Pulse. E, sim, é realmente esportiva, não é algo que agrega apenas adesivos e um aerofólio ao veículo. Para receber a grife Abarth, o Pulse perdeu todos os emblemas da Fiat na carroceria e teve a mecânica ajustada.
Acompanhe a avaliação em vídeo do Pulse Abarth |
A cabine também é superior às demais versões da linha Pulse. O console central, por exemplo, abriga um freio de estacionamento elétrico. Isso aproxima mais o Pulse Abarth do Fastback, SUV superior que a Fiat lançou recentemente.
Esses incrementos explicam o preço mais alto do veículo, que custa R$ R$ 149.990. Assim, a opção Abarth fica acima dos R$ 127.390 que a empresa cobra pela Impetus, topo de linha do Pulse, e abaixo dos R$ 154.990 pedidos na versão Limited Edition, a mais cara do Fastback.
Além do interior exclusivo, a Fiat dotou o Pulse Abarth do seu motor de maior rendimento no país. O 1.3 litro turbo, que equipa a picape Toro, entrega 180 cv de potência com gasolina e 185 cv com etanol, sempre aos 5.750 rpm. O torque máximo, liberado a 1.750 giros, é de 27,5 kgfm com qualquer combustível.
O sistema de exaustão foi minuciosamente trabalhado para proporcionar uma sonoridade esportiva. O sistema de freios foi redimensionado, mas continua contando com discos apenas na dianteira.
O conjunto de suspensão também foi adequado ao projeto. As molas e amortecedores estão mais firmes: 13% na dianteira e 12% na traseira. A direção é mais direta e os pneus mais aderentes.
Certamente, para os puristas, o ideal seria uma transmissão manual. Mas pensando comercialmente é inviável, então a Fiat introduziu uma transmissão automática de seis velocidades. De qualquer forma, é possível fazer trocas manuais pela alavanca e borboletas atrás do volante. É o mesmo câmbio do Fastback, mas calibrado para uma condução mais esportiva.
Para otimizar a esportividade, basta selecionar a tecla Poison do lado direito do volante. Em alusão ao veneno do escorpião, símbolo da Abarth, esse botão muda alguns parâmetros eletrônicos. Com essa tecla ativa, os controles de tração e estabilidade ficam mais permissivos, a direção ganha firmeza, o acelerador tem respostas mais rápidas e as trocas de marchas são feitas em rotações mais altas.
Como anda esse Pulse
Guiei o Pulse Abarth no Autódromo de Tarumã, que fica na região metropolitana de Porto Alegre e é uma das pistas mais rápidas do país. Mesmo tendo 18,8 centímetros de altura livre do solo, o Pulse Abarth se comportou muito bem em curvas de alta e em desvios com cones na pista.
O volante tem boa empunhadura e, como a coluna de direção tem ajuste de profundidade e altura, é fácil ficar bem acomodado para dirigir o SUV esportivo.
Para um veículo de 1.281 kg, o propulsor atende muito bem. E, de acordo com a Fiat, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 7,6 segundos com etanol e 8 segundos com gasolina.
Antes de ir para a pista, minha principal dúvida era a respeito do sistema de freios a tambor na traseira. No entanto, as frenagens não foram comprometidas. Mas é bom entender que se fossem a disco seriam melhores, mas o carro ficaria mais caro.
O que é Abarth
“Há uma certa satisfação em humilhar carros maiores e mais caros com um hatchback”. Essa frase é de Carlo Abarth, engenheiro italiano que criou a preparadora em 1949 e que, desde 1971, é controlada pela Fiat.
Inicialmente, a empresa fazia alterações em carros pequenos, como o 500. Tanto que o Pulse é o primeiro SUV que estampa a grife Abarth na carroceria. O próximo modelo que deverá ostentar o emblema do escorpião é o Fastback.
*O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA FIAT