O Brasil tinha 29,2 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, aponta o estudo publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este número corresponde a mais de 10% da população do país em situação de fome. Tal marca foi superada apenas no início de 2020, começo da pandemia, quando haviam 31,3 milhões em vulnerabilidade social. Entre o fim de 2018 e o primeiro trimestre de 2019, eram 25,6 milhões de pessoas. Esta situação é causada principalmente pela inflação alimentar, que foi puxada pela guerra na Ucrânia e problemas de produção. Para o setor de Alimentos e Bebidas, a inflação chegou até 40% neste período. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um estudo que aponta para queda na desigualdade no Brasil, que chegou ao menor nível em 11 anos. A melhora no mercado de trabalho e a ampliação dos programas sociais promovidos pelo Governo Federal explicam este movimento. No entanto, a análise da FGV aponta que, apesar do aumento de renda, grande parte da população ainda não tem o suficiente para obter uma alimentação de qualidade justamente por causa da aceleração da inflação nos alimentos.
*Com informações da repórter Letícia Miyamoto