São Paulo — O guarda civil metropolitano (GCM) Elisson Assis, apontado como o chefe de uma milícia que vendia proteção a comerciantes e moradores na região da Cracolândia, no centro da capital paulista, é investigado por sete crimes, segundo pedido de prisão feito pela Controladoria-Geral do Município de São Paulo, enviada ao Ministério Público paulista (MPSP).
O documento foi encaminhado em caráter de urgência, na terça-feira (6/7), ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP. Ainda na terça, a Corregedoria Geral da GCM encaminhou à Controladoria ofício com detalhes e provas contra Elisson Assis.
A ele são atribuídos as “possíveis e graves tipificações”: corrupção passiva, extorsão, organização criminosa, constituição de milícia privada, lavagem de dinheiro, concussão (vantagem indevida obtida por meio de função pública) e peculato (subtração feita por funcionário público).
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O GCM Elisson Assis foi afastado da corporação sob suspeita de liderar um grupo que cobra ilegalmente por segurança no centro de SP Reprodução/Redes Sociais
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Peças de computador recuperadas em bueiros na Cracolândia Divulgação/GCM/Facebook
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Dependentes químicos se concentram em fluxo, no centro de SP Alfredo Henrique/Metrópoles
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Guarda abriu empresa de segurança e monitoramento Reprodução/Redes sociais
“Ressalte-se que demonstra de forma indubitável a existência de prova da materialidade delitiva e de indícios suficientes de autoria”, diz trecho do documento assinado pelo controlador-geral do município, Daniel Gustavo Falcão Pimentel dos Reis, e pela Secretária Municipal de Segurança Urbana, Elza Paulina de Souza.
Na solicitação, o controlador e a secretária defendem a prisão do guarda civil.
“Desse modo, há fundado receio, quase certeza, de que o noticiado, uma vez em liberdade, irá, no mínimo, ameaçar as vítimas, com base em intimidações e pressões, resultando em grande prejuízo para a produção das provas em juízo, o que demonstra, de forma cabal, as irremediáveis implicações que a sua liberdade trará à instrução criminal e, mais uma vez, as suas extremas periculosidades”, afirmam.
Além do pedido de prisão, a Controladoria também solicita abertura de inquérito para que o GCM e seus cúmplices sejam denunciados.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comentou o caso nas redes sociais: “A corrupção não será tolerada em nossa administração! Diante das denúncias de corrupção envolvendo guardas municipais e a cobrança indevida de comerciantes por serviços de segurança, quero deixar claro que os guardas municipais envolvidos foram afastados de suas funções.”
O MPSP informou que não iria se manifestar sobre o caso.
Extorsão de comerciantes A Prefeitura de São Paulo afastou sete guardas civis metropolitanos (GCMs) suspeitos de integrar uma milícia que extorquia dinheiro de moradores e comerciantes da região da Cracolândia em troca de segurança particular.
O caso foi revelado na segunda-feira (5/6) pelo repórter Lucas Jozino, da Band, e confirmado pelo Metrópoles.
Os GCMs suspeitos são integrantes da Inspetoria de Operações Especiais (Iope), considerada a tropa de elite da guarda, segundo nota enviada pela corporação à reportagem, nessa terça-feira (6/6).
Dependentes químicos se concentram na Rua Gusmões, no centro de SP Os sete guardas sob investigação são: Elisson de Assis, Antônio Carlos Amorim Oliveira, Cristiano Rodrigues de Lima, Diego Tharssio Neves Teixeira, Ivan Nunes da Silva Júnior, Milton Cunha Matias e Rinaldo Regonha. A defesa deles não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.