InícioEditorialPolítica NacionalGoverno anuncia hospital exclusivo para indígenas em Roraima

Governo anuncia hospital exclusivo para indígenas em Roraima

Terra Yanomami no Estado registrou aumento no número de mortes em 2023, mesmo após força-tarefa; Saúde fala em subnotificação

Da esq. para a dir.: Paulo Pimenta, ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Lucia Alberta, diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Ethel Maciel, secretária de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, e Ricardo Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde Walterson Rosa/Ministério da Saúde – 22.fev.2024

PODER360 22.fev.2024 (quinta-feira) – 23h39

O Ministério dos Povos Indígenas anunciou nesta 5ª feira (22.fev.2024) a criação de um hospital indígena em Boa Vista, Roraima. Segundo o secretário de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba, as obras devem começar em 2024, mas ainda não tem data de início.

Segundo o secretário, a construção da unidade será viabilizada mediante parceria do Ministério da Saúde com a Ebeserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e a UFRR (Universidade Federal de Roraima). O projeto, que ainda não tem custos ou prazos definidos, será adaptado para as particularidades da população Yanomami.

“Temos um protocolo de entrada, de assistência, dos ambientes hospitalares, de pensar inclusive o perfil dos profissionais de saúde, de intérpretes, de um modelo de assistência que de fato seja diferenciado”, afirmou a jornalistas.

O anúncio do governo se dá enquanto a Terra Indígena Yanomami enfrenta altos índices de morte por malária e desnutrição.

No 1º ano da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometeu resolver o problema, o número de mortes foi de 363, uma alta de 5,8% em relação ao ano anterior, 2022, quando Jair Bolsonaro (PL) era presidente. Os dados foram obtidos pelo Poder360 via LAI (Lei de Acesso à Informação).

Autoridades do governo afirmaram que os números de 2023 devem ser ainda maiores. A defasagem se deve à subnotificação –consequência da dificuldade de acesso dos profissionais de saúde à região.

“Temos a certeza que temos subnotificação, mas agora sabemos que temos diagnóstico do que estava acontecendo no território”, disse a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. “Consideramos 2023 como nosso marco zero”, completou.

Além disso, especificidades antropológicas dos povos Yanomami, como os rituais de cremação de mortos, dificultam o registro das mortes.

Em relação a 2022, Maciel disse que havia 7 polos-base de saúde fechados, ou seja, sem profissionais de saúde para realizar os registros. Assim, a estimativa é que tenha havido mais do que os 343 casos descritos.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que as ações realizadas em 2023 tiveram caráter emergencial e devem ser tornadas permanentes a partir de 2024. Segundo ela, a presença do garimpo impedia que as equipes de saúde atendessem o território.

Diante do fracasso do ministério e retorno dos garimpeiros para a região, o governo decidiu que as Forças Armadas e a Polícia Federal devem ocupar a área de maneira definitiva.

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