Foto: Carlos Moura/Divulgação STF
Uma das opções avaliadas é prever uma remuneração que garanta a inflação e mantenha a distribuição de lucros para cotistas 29 de outubro de 2023 | 10:11
O governo finaliza uma proposta de correção do FGTS para apresentar aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) como alternativa à do relator do caso, Luís Roberto Barroso, que defende que o Fundo tenha ao menos a remuneração da poupança.
As conversas envolvem os ministérios da Fazenda, Trabalho, Cidades, AGU (Advocacia-Geral da União) e Caixa Econômica Federal, agente operador do Fundo.
Uma das fórmulas debatidas é garantir a inflação e manter a distribuição dos lucros do Fundo, opção vista como mais sólida por alguns participantes.
Por outro lado, não prosperou uma proposta de congelar a distribuição de lucros do FGTS nos próximos três anos para recompor o caixa pelo eventual impacto causado pela nova fórmula.
A definição deve sair na próxima semana —o julgamento está previsto para ser retomado em 8 de novembro.
Segundo interlocutores, os envolvidos tentam encontrar um cálculo que atenda à preocupação de Barroso de que o financiamento para habitação não seja feito às custas de uma remuneração do FGTS abaixo da caderneta de poupança. No entanto, ressaltam que a fórmula proposta pelo atual presidente do STF inviabiliza a política habitacional do governo.
Na reunião realizada com Barroso, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) citou um impacto anual de R$ 15 bilhões a R$ 17 bilhões caso a regra que o relator da ação propôs seja chancelada pelos demais ministros da corte.
O julgamento teve início em abril deste ano, mas foi interrompido após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques. Ele devolveu a ação em 31 de agosto. A ação tem dois votos a favor da mudança na correção do fundo.
Apesar de ter votado para que o fundo seja remunerado pelo menos pela poupança, Barroso, em sua decisão, determinou que a correção não seja retroativa —a ação proposta pelo partido Solidariedade e pela Força Sindical aponta prejuízo de 88,3% ao dinheiro depositado no FGTS de 1999 até 2013.
As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.
Danielle Brant / Folha de São Paulo