O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, nesta sexta-feira (3/3), que acionará a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) para investigar o caso das joias trazidas ilegalmente para o Brasil pelo governo Bolsonaro (PL). Em 2021, o staff do então ministro Bento Albuquerque tentou entrar no país com anel, colar, relógio e brincos de diamante, que seriam presentes do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
“Isso cheira, no mínimo, a lavagem de dinheiro. A intimidade daquela família presidencial com milícias e ilícitos, a tentativa de controle a que submeteu órgãos de Estado, como a PF e a Receita, tudo isso parece parte de um grande esquema criminoso. A cada dia, fica mais evidente que o Brasil estava dominado por uma quadrilha golpista disposta a destruir a democracia enquanto saqueava a Pátria, fingindo defendê-la”, escreveu Humberto Costa, no Twitter.
Ao Metrópoles, a equipe do senador explica que a ação está em preparação. Esta será a segunda vez que o parlamentar, um dos aliados próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aciona a PF e o MPF em assuntos envolvendo Michelle Bolsonaro. Em fevereiro, ele pediu investigação sobre denúncias feitas pelo colunista Rodrigo Rangel envolvendo supostas irregularidades no Palácio do Alvorada.
As joias são avaliadas em mais de R$ 16 milhões e foram aprendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Elas estavam na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia. O caso aconteceu logo após visita de Bolsonaro ao país árabe.
A intimidade daquela família presidencial com milícias e ilícitos, a tentativa de controle a que submeteu órgãos de Estado, como a PF e a Receita, tudo isso parece parte de um grande esquema criminoso.
— Humberto Costa (@senadorhumberto) March 4, 2023
DeclaraçãoA lei brasileira determina que todo bem com valor maior que US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal ao entrar no país. Dessa forma, o agente do órgão reteve os diamantes, a despeito da tentativa de Bento Albuquerque de reavê-los.
O governo Bolsonaro teria usado ministérios três vezes para tentar recuperar as joias, acionando a Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. Numa quarta tentativa de reaver os objetos, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos.
O homem teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo. A movimentação teria ocorrido a três dias de Bolsonaro deixar o governo, pouco antes da viagem dele aos EUA, onde permanece.