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Influencer que zombou de vaga para autista pagará R$ 10 mil em acordo

Goiânia – Para que não haja denúncia à Justiça, o Ministério Público de Goiás (MPGO) propôs um acordo à influenciadora goiana Larissa Heringer Rosa, que postou um vídeo zombando de vagas para autistas, por meio de suas redes sociais. Uma das condições do acordo proposto foi o pagamento, por parte de Larissa, do valor de R$ 10 mil a uma associação que atua na defesa dos direitos da pessoa com deficiência.

O acordo, aceito pela investigada, foi proposto na quarta-feira (25/8), no entanto, ainda depende de homologação judicial. Conforme o documento, o pagamento deve ser realizado em 10 parcelas de R$ 1 mil após intimação pelo Juízo da Execução, além de 360 horas de serviços comunitários a entidades. Os vídeos foram publicados no último mês de junho.

Outro ponto proposto foi a retratação pública por meio de seu perfil do Instagram da influencer, que é de Anápolis (GO). A proposta é que Larissa se desculpe com todos os que se sentiram ofendidos em relação ao vídeo publicado zombado de vagas para autistas.

O acordo de não persecução penal é justificado como uma chance de evitar uma condição judicial e os efeitos sociais prejudiciais de uma pena. Além disso, para sua realização, é pontuada a necessidade de verificação se a medida é suficiente para reprovação e prevenção do crime.

Ainda conforme o documento, caso quaisquer uma das condições estipuladas pelo acordo sejam descumpridas ou caso não seja comprovado o seu cumprimento, a denúncia será imediatamente oferecida à Justiça.

Já caso seja cumprido de forma integral, o acordo afirma que será solicitado ao juiz a declaração de extinção da punibilidade em relação à influenciadora. Além disso, o cumprimento do acordo não deve constar na certidão de antecedentes criminais de Larissa, exceto para a verificação dos requisitos de concessão de novo benefício.

 Manifestação Após o acordo, a Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Anápolis se manifestou para que o juiz não homologue o acordo e que devolva o processo para o Ministério Público, para que seja feita readequação do abono.

De acordo com a comissão jurídica, essa readequação deve considerar as pessoas LGBTQIA+ como vítimas e que seja pago por Larissa o mesmo valor de R$ 10 mil à uma associação filantrópica que trabalha com pessoas LGBTIA+ em situações de vulnerabilidade.

A defesa de Lari Rosa não se manifestará sobre o caso.

Zombou Lari Rosa gravou o vídeo assim que viu as sinalizações horizontal e vertical para as vagas no estacionamento de um shopping de Goiânia. Ela estava no banco do passageiro de um carro dirigido pela sua mãe, a professora de etiqueta Vania Heringer Rosa, que tentou conter os comentários da filha, mas sem êxito.

“Fica quieta, Vania. Gente, olha isso aqui. Agora, tem vaga exclusiva, vaga exclusiva, para autista. Cara, o mundo está muito difícil. Quero saber quando vai ter vaga para gordo estressado”, disse ela, em tom de deboche.

Depois da repercussão negativa, as duas pediram desculpas nas redes, em novos vídeos.

Ao gravar as sinalizações para as vagas exclusivas para autista, Lari Rosa digitou uma legenda no mesmo vídeo. “A vaga é tão colorida que achei que era vaga pra viado [sic]”, escreveu.

“Desculpa mesmo” Após a repercussão negativa, mãe e filha gravaram novos vídeos, separadamente, para pedir desculpas. “Gente. Nossa Senhora, desculpa, mas é desculpa mesmo. Eu fiz uma piada muito ruim. Postei nos melhores amigos. Meus melhores amigos têm 18 pessoas, gente. Então, nem filtrei o que eu estava falando, mas não foi assim como coisa em que realmente acredito, que pensei para falar”, disse Lari Rosa.

Lari Rosa continuou o pedido de desculpas no vídeo. “Não é isso que eu queria. Uma brincadeira, gente. Muito ruim. Péssima. Horrível. É como se estivesse sentada na mesa da cozinha. Então, não estava pensando no que eu estava falando, se tinha alguém envolvido. Nunca falaria isso politicamente”, afirmou.

“Muito ferida” O vídeo provocou revolta nas redes sociais e indignação entre diversas famílias de pessoas autistas. A pensionista Jéssica Coelho Borges Escobar, de 29 anos, mãe de um garoto de 5 anos com autista, disse ao Metrópoles que se sentiu “muito ferida” ao ver as declarações de Lari Rosa no vídeo.

“Na hora, eu vi e fiquei com mistura de raiva e choro. É uma luta tão grande para a gente conseguir direitos para nossos filhos, como questão de vaga, prioridade na fila. Tenho um filho que não fala. É averbal. A espera para é uma coisa que o deixa muito agitado. Ela está ali [no vídeo] também debochando de veado, gordo. Fiquei indignada”, disse Jéssica.

Mesmo com o pedido de desculpas da influenciadora, Jéssica destacou que as declarações de Lari Rosa configuram “preconceito”. “Não é falta de informação. É algo de que se fala todos os dias. Temos várias pessoas famosas que tem filhos autistas. Ela não sabe como é uma família que tem filho autista. Fazer chacota disso tem que viralizar mesmo, serve de exemplo. Ela fez isso e tem milhões de pessoas que fazem, mas não por falta de informações”, reforçou.

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