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Justiça decide manter ‘Nero do Piseiro’ detido e autoriza prisão de mais um suspeito de ataque ao MST

A Justiça de São Paulo decretou neste domingo (12) a prisão temporária de Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”, suspeito de liderar o ataque ao assentamento Olga Benário, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Tremembé, interior de São Paulo. No episódio, ocorrido na noite da última sexta-feira (10), duas pessoas morreram e seis ficaram feridas.

Antônio, identificado como o mentor intelectual do ataque, foi preso no sábado (11) após ser reconhecido por testemunhas. Ele confessou ter participado da ação, mas negou envolvimento nas mortes. A Justiça determinou sua prisão temporária por 30 dias, com possibilidade de prorrogação. Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por um desentendimento sobre a negociação de terrenos no assentamento, que é regularizado pelo Incra há quase 20 anos e abriga 45 famílias.

Um segundo suspeito, que não teve o nome revelado, teve a prisão temporária decretada, mas está foragido. A polícia segue em busca dele e de outros envolvidos. Armas de fogo e brancas, além de um veículo usado no crime, foram apreendidos e passarão por perícia. O ataque ocorreu durante a noite, quando homens armados chegaram ao local em carros e motos e começaram a atirar. De acordo com testemunhas, os criminosos não esconderam o rosto, facilitando suas identificações.

As vítimas fatais foram Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Valdir era uma figura de destaque no movimento e foi morto com vários tiros na cabeça. Os feridos incluem três homens e três mulheres, com idades entre 18 e 49 anos, alguns em estado grave, como Denis Carvalho, irmão de Gleison, que está em coma induzido.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté. O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal abra um inquérito para apurar os fatos. Os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Social e Agrário) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos) participaram do velório das vítimas neste domingo (12). O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério de Direitos Humanos emitiram notas repudiando o ataque e pedindo fortalecimento das políticas de proteção aos defensores de direitos humanos.

O assentamento Olga Benário é autorizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desde 2005. O MST informou que o local conta com cerca de 45 famílias e que o ataque ocorreu no contexto de uma disputa interna sobre a ocupação e regularização de um lote. A Polícia Militar reforçou o patrulhamento na área para evitar novos conflitos enquanto as investigações prosseguem.

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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