Testemunha de defesa do pastor Fernando Aparecido da Silva, o também pastor Gilberto da Silva Carvalho afirmou, nesta quarta-feira (26), que a Igreja Universal não submete pastores à Justiça se eles demonstrarem arrependimento por um eventual crime, ainda que este seja o de pedofilia. Ele foi a terceira testemunha a ser ouvida no júri popular do caso Lucas Terra.
“Se um pastor tiver culpa, ele não pode mais usar o uniforme de pastor ou de obreiro, mas continua como membro da igreja. A igreja não fecha as portas para ninguém”, disse.
Depois, ao ser diretamente perguntado pela acusação se ele, enquanto pastor, denunciaria outro pastor à polícia pelo crime de pedofilia, a resposta proferida por Gilberto foi “não”. Antes, ele também disse que, em seus 36 anos de vínculo com a Igreja Universal, nunca ficou sabendo de casos de pedofilia ou de membros homossexuais.
Gilberto era o pastor titular da Igreja Universal do Vale das Pedrinhas na época do crime. Ele contou que prestava contas na Igreja Universal da Pituba, que tinha o pastor Joel Miranda, outro acusado de envolvimento no assassinato de Lucas, como líder.
Gilberto ainda acrescentou que na noite do crime os suspeitos Fernando Aparecido e Joel Miranda estavam na igreja da Pituba até as 21h40 e que era impossível, dado o movimento após o culto, que eles tivessem tido alguma relação sexual. “Não tem como, porque imagine, estavam lá vários pastores com as esposas. Não tinha como”, reiterou.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro