O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã deste sábado em Pequim (noite de sexta-feira, 14, no Brasil), que os Estados Unidos precisam parar de incentivar a guerra para que possa haver uma solução à crise na Ucrânia. A declaração foi feita antes do mandatário embarcar para os Emirados Árabes, ao fim de uma visita de dois dias à China. “É preciso que os EUA parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz, para a gente poder convencer Putin e Zelensky que a paz interessa a todo mundo e que a guerra por enquanto só está interessando aos dois”, comentou. Lula ainda disse que é preciso criar um grupo de países para que aconteça a “paz”. “Conversei isso com os europeus, conversei com os americanos. Quem é que não está na guerra e que pode ajudar acabar com essa guerra? Somente quem não está defendendo a guerra que pode criar uma comissão de países e discutir o fim desta guerra. É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Rússia, é preciso conversar com presidente da Ucrânia, mas é preciso acima de tudo convencer os países que estão fornecendo armas pararem. É preciso saber começar e saber parar”, completou o presidente.
Mais cedo, Lula cancelou a declaração pública que faria aos jornalistas que acompanhavam a agenda da comitiva brasileira à China, marcada para esta sexta-feira, 14, em Pequim, capital chinesa. Programada para acontecer logo após o encontro com o presidente chinês Xi Jinping, onde assinaram 15 acordos de cooperação entre os governos brasileiro e chinês, a fala do presidente Lula fecharia o dia de eventos na agenda presidencial. Segundo a equipe de assessores que acompanha a missão internacional, a declaração foi cancelada devido à “extensa agenda” do presidente da República nesta sexta-feira, e justificou que os assuntos de interesse já foram tratados durante o evento. Entre os 15 acordos assinados envolvendo os governos dois países estão parcerias em diferentes áreas, incluindo agricultura, comércio, cultura e exploração espacial. Dentre eles, estão protocolos para exportação de carne, para operação do satélite CBERS-6, para cooperação espacial até 2032, para o desenvolvimento de tecnologias de comunicação móvel 5G e para o compartilhamento de notícias entre a Xinhua e a EBC.