Integrantes da campanha à reeleição do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), avaliam que Lula fez de “caso pensado” o discurso no qual pediu votos em Guilherme Boulos (PSol), durante o ato do Dia do Trabalhador, na quarta-feira (1º/5), na capital paulista.
Para aliados de Nunes, o presidente da República sabia que pedir votos em Boulos explicitamente no ato poderia ser considerado uma infração eleitoral. Mesmo assim, teria dobrado a aposta mirando uma estratégia maior: tentar nacionalizar a campanha paulistana.
“Ele (Lula) é inteligente e quer nacionalizar a campanha. Só assim o Boulos pode ser beneficiado. Mas não podemos entrar na deles”, comentou à coluna, sob reserva, um aliado de primeira hora do atual prefeito da capital paulista.
Lula tenta colar rejeição de Bolsonaro em Nunes Na avaliação de membros da campanha de Nunes, Lula tentará ao máximo nacionalizar a disputa municipal deste ano em São Paulo para tentar colar no atual prefeito a rejeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que já sinalizou apoio à reeleição do emedebista.
O entorno de Nunes, por sua vez, admite que a nacionalização da campanha municipal pode prejudicá-lo. Por isso, a ordem é focar o debate eleitoral na gestão do prefeito. “Vamos falar de gestão. Não vamos nacionalizar”, afirmou à coluna um importante aliado de Nunes.
Foi com base nessa análise que o MDB decidiu questionar a fala de Lula na Justiça Eleitoral por meio de seu diretório municipal, e não pelo nacional. Na ação, o partido pede para apurar o uso do ato do 1º de maio, inclusive os gastos públicos, para pedir votos a Boulos.