São Paulo — Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefão do Primeiro Comando da Capital (PCC), tem acesso a seis refeições todos os dias, na Penitenciária Federal de Brasília, onde está preso desde janeiro.
A informação foi divulgada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na terça-feira (12/9), para rebater as denúncias feitas pela família de Marcola.
Segundo a esposa dele, Cynthia Giglioli Herbas Camacho, o líder do PCC “passa fome” na prisão federal.
Em comunicado, divulgado por meio de advogado na semana passada, a mulher acusa a Penitenciária Federal de Brasília de fornecer “comida estragada”. Entre outras queixas, ela diz que Marcola já perdeu cerca de 20 quilos e “não recuperou [o peso] até hoje”.
Já o governo federal afirma que a unidade prisional serve desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia para todos os detentos. Os cardápios são feitos por empresas contratadas, com base em parecer nutricional, e a dieta varia de 2 mil a 2,5 mil calorias por dia.
Os valores estão dentro do parâmetro preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A agência da ONU estabelece que um homem adulto saudável deve consumir cerca de 2,4 mil calorias por dia.
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Ao menos 90 policiais foram mobilizados para a escolta do preso Hugo Barreto/Metrópoles
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Líder máximo da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) chegou ao hospital na manhã desta sexta-feira (4/8) Hugo Barreto/Metrópoles
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Equipes de policiais contaram com integrantes de diferentes corporações e grupamentos Hugo Barreto/Metrópoles
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Marcola está detido na Penitenciária Federal de Brasília Hugo Barreto/Metrópoles
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Detento passou por exames de rotina Hugo Barreto/Metrópoles
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Marcola é considerado o líder máximo do PCC Hugo Barreto/Metrópoles
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Equipes usaram helicóptero para transportá-lo da penitenciária ao hospital Vinicius Schmidt/Metrópoles
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Transporte de Marcola ao hospital contou com forte esquema de segurança Hugo Barreto/Metrópoles
Segurança Máxima Marcola foi transferido para Brasília após a descoberta de um plano de fuga na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). As cadeias federais são destinadas aos criminosos mais perigosos do Brasil.
Na unidade de segurança máxima, o preso fica isolado, é supervigiado e perde direito a receber visita íntima. Também fica proibido de ter acesso a cadarços, canetas ou quaisquer objetos que podem ser usados para atacar outras pessoas ou cometer suicídio.
Há maior controle, ainda, sobre o tipo de alimento que chega ao preso. Se o detento for flagrado com alguma comida sem autorização – como um chocolate, por exemplo –, recebe falta disciplinar.
“Os presos custodiados no Sistema Penitenciário Federal têm a assistência material que, dentre outros, prevê o fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas”, diz a Senappen. “No mesmo contexto, as Regras Mínimas para Tratamento de Presos preconiza que todo preso deve receber da administração uma alimentação de boa qualidade, bem preparada, com valor nutritivo adequado à saúde e à robustez física.”
Para a família de Marcola, o regime da penitenciária federal seria “desumano”. No comunicado, a mulher do líder do PCC relaciona a rotina na cadeia de segurança máxima aos recentes problemas de saúde do criminoso.
Em agosto, Marcola foi levado de helicóptero para fazer exames médicos em um hospital público do Distrito Federal, com algemas e sob escolta de 90 policiais fortemente armados. Ele foi diagnosticado com gastrite enantematosa, tipo de inflamação que afeta a mucosa que recobre o estômago.