Esta segunda-feira, 2, foi o primeiro dia útil do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com movimentações intensas, o dia foi marcado pelo “revogaço” dos decretos de Jair Bolsonaro (PL), exonerações de servidores públicos, cerimônias de transmissão de cargos de ministros, reuniões bilaterais e uma queda de 3,6% da Ibovespa, principal índice da B3. Para tratar do início do terceiro governo de Lula, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Marcos do Val (Podemos), que avaliou o clima da oposição ao petista no Congresso Nacional: “Vai ter uma oposição ferrenha, até mesmo da minha parte”.
“Eu vou apresentar hoje o PDL, estamos finalizando, para derrubar o decreto dele. Ele está deixando muito claro que, como as armas eram uma das bandeiras do presidente anterior, ele está fazendo o movimento de derrubada da bandeira principal do presidente anterior. Esse discurso de que não tem revanchismo se descontrói totalmente, porque houveram vários atos falhos (…) Outra coisa que ele deixou claro é de que ele vem mesmo para entrar em rota de colisão e fazer essa divisão. A esquerda sempre diz que a direita tomou posse das cores do Brasil, mas lá a gente só via gente de vermelho”, declarou o parlamentar.
Para Do Val, os gestos do governo indicaram um “viés de confronto”, mesmo apesar de Lula ter criado ministérios para acomodar partidos fora de sua base. O deputado também criticou a ausência de uma fala contra a corrupção na posse presidencial: “Em momento algum o presidente falou sobre combate à corrupção, em nenhum momento. Como todos os discursos dele foram lidos, teve tempo de ler, reescrever e fazer alterações para ler no dia. Ele deveria ter colocado também como premissas do governo dele o combate à corrupção”
A respeito da revogação dos decretos que facilitavam o acesso ás armas, Marcos do Val fez duras críticas à medida, que classificou como “irresponsabilidade”: “O problema da questão do armamento é muito mais uma questão ideológica do que técnica. O próprio DataSUS disse que o índice de criminalidade e homicídio caiu para quase 40 anos atrás. Ou seja, diminuiu bastante. E aumentaram para mais de 1 milhão de CACs. Então, vai penalizar os CACs e quem tem porte? (…) Agora, em 60 dias, tem que fazer o registro. Se está registrado no Exército, tem que registrar na Polícia Federal. Não tem nem efetivo na Polícia Federal para dar vazão à essa demanda”.
“Quem hoje segue à lei, é penalizado. Aí eu me pergunto, será que eles têm tamanha inocência e irresponsabilidade de achar que o criminoso vai obedecer o decreto que está regulamentando qualquer coisa? Lógico que não, só vai fazer isso quem segue à lei. Sempre aquele que segue à lei é prejudicado. Os traficantes vão estar lambendo os beiços, porque sabem que todo o cidadão honesto está desarmado”, opinou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.