Um grupo formado por 140 integrantes do Ministério Público Federal enviou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, uma representação, a qual cobra ao PGR providências após os atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília no domingo (8).
Os procuradores solicitam a adoção de providências para a “pronta apuração de crimes contra as instituições democráticas”, e a determinação de medidas “necessárias e suficientes” para o reestabelecimento da ordem pública.
Eles afirmam que uma “horda de terroristas” marchou sobre a Esplanada dos Ministérios, invadiu as sedes dos Poderes e depredou “barbaramente o patrimônio público e histórico” do Brasil.
Acrescentam ainda que o objetivo dos bolsonaristas radicais era gerar um “colapso” na democracia com uma tentativa de “golpe de estado”, e que as forças de segurança não reprimiram os criminosos.
No documento, os procuradores criticam a atuação da Polícia Militar do Distrito Federal, o governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.
Ontem (9), durante reunião com o presidente Lula no Palácio do Planalto, o PGR lamentou os atos e afirmou que o Ministério Público está mobilizado para não permitir que o episódio de domingo se repita. Ele acrescentou que o órgão vai buscar a responsabilização dos culpados.
Os procuradores dizem ainda que é necessário investigar a possibilidade de as tropas policiais terem sido “orientadas a não coibir adequadamente o movimento golpista”. E lembram que grupos de bolsonaristas radicais ocuparam espaços públicos por meses, especialmente em Brasília.
Na representação, os integrantes do MP também pedem a Aras a revogação da medida que, segundo eles, proíbe a atuação de forças-tarefa sem que o próprio procurador-geral da República indique os integrantes.
No domingo, bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes e destruíram as sedes dos Poderes em Brasília. Foram alvo das ações violentas o PLanalto, o Supremo Tribunal Federal e Congresso.