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Mercosul pede que Venezuela e Guiana evitem ações unilaterais que causem tensão e defende paz na América Latina

Documento assinado pelas nações pede que partes busquem o diálogo e uma solução pacífica da controvérsia para evitar iniciativas que possam agravar a disputa 

PAULO CARNEIRO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Venezuela está suspensa desde 2016 do Mercosul, que se reúne esta semana no Rio de Janeiro

Em meio à intensificação da disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana, diversos países se uniram nesta quinta-feira, 7, para emitir uma declaração demonstrando preocupação com a situação e pedindo paz. O documento foi assinado pelas nações que compõem o Mercosul, que inclui Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de países associados como Chile, Colômbia, Equador e Peru. “Os Estados Partes do Mercosul manifestam sua profunda preocupação com a elevação das tensões entre a República Bolivariana da Venezuela e a República Cooperativa da Guiana. A América Latina deve ser um território de paz e, no presente caso, trabalhar com todas as ferramentas de sua longa tradição de diálogo.​ Nesse contexto, alertam sobre ações unilaterais que devem ser evitadas, pois adicionam tensão, e instam ambas as partes ao diálogo e à busca de uma solução pacífica da controvérsia, a fim de evitar ações e iniciativas unilaterais que possam agravá-la”, afirma a declaração.

Mais cedo no mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou pessoalmente seu descontentamento com a situação entre os dois países. “Uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito”, declarou durante a abertura da 63ª reunião de cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro. A Venezuela era um dos países membros do grupo, mas está suspensa desde 2017. Ele reforçou a posição do bloco como zona de paz e afirmou que nações não podem ficar “alheias” à situação. As tensões entre Venezuela e Guiana surgiram por causa da disputa da posse de Essequibo, um território de quase 160 mil quilômetros quadrados. Na semana passada o presidente venezuelano, Nicolas Maduro lançou um plano de ação para a região, que inclui a concessão de licenças para a exploração de petróleo e o destacamento de militares em cidades próximas ao território disputado, sem anunciar, por enquanto, uma incursão na região. A Venezuela insiste que esse plano foi elaborado para lidar com o resultado do referendo, no qual a maioria dos venezuelanos votou pela anexação do Essequibo ao seu território.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmouque o plano da Venezuela representa “uma ameaça iminente” à integridade territorial de seu país e à paz mundial, e anunciou “medidas de precaução” para proteger a nação. O primeiro passo será levar o assunto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas ainda hoje para que o órgão adote “medidas apropriadas”. Os dois países disputam há anos esse território que, em 2015, foi descoberto que é rico em petróleo. No mês passado, a Guiana anunciou outro importante descobrimento que acrescenta, pelo menos, 10 bilhões de barris às reservas do país, tornando-as maiores que as do Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos. Desta forma, a país possui as maiores reservas de petróleo per capta do mundo e a Venezuela, as maiores reservas já provadas do planeta. Essequibo, uma região de 160.000 km² a oeste do rio Essequibo, representa 70% do território guianês e, atualmente, vivem 125 mil dos 800 mil habitantes desse país que se tornou independente. Caracas argumenta que o rio Essequibo é a fronteira natural, como em 1777 quando era colônia da Espanha, e apela ao acordo de Genebra, assinado em 1966 antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899, que fixou os limites atuais.

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