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MST desocupa últimas duas fazendas de celulose no extremo-sul da Bahia

Nesta terça-feira (07), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam as últimas duas fazendas da empresa Suzano Papel e Celulose. A primeira ação de reintegração de posse aconteceu no período da manhã em Mucuri, logo depois, em Teixeira de Freitas e Caravelas, todas localizadas na região do extremo sul da Bahia.

Segundo os sem-terra, as áreas foram ocupadas na última semana como forma de cobrar um compromisso feito pela multinacional papeleira de dispor terras para assentar 650 famílias na região.

O MST informou ainda que a reintegração de posse ocorreu de forma pacífica e foi acompanhada pela Assistência Social, muitos policiais militares (CAEMA) e pelos seguranças da empresa. Os trabalhadores e trabalhadoras rurais que sofreram o despejo seguiram para acampamentos vizinhos.

Disputa

De acordo com a empresa Suzano Papel e Celulose, as três áreas produtivas de sua propriedade foram “invadidas e danificadas ilegalmente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)”. A empresa afirma que tais atos violam o direito à propriedade privada e estão sujeitos à adoção de medidas judiciais para reintegrar a posse dessas áreas. 

Para o MST, o ato não foi de invasão, mas de ocupação e reivindicação contra a monocultura de eucalipto na região e uso de agrotóxicos pela empresa, que, segundo eles, prejudica as poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas e gera o êxodo rural provocado pela monocultura do eucalipto na região, além de causar impactos ambientais irreversível, provocando um descontrole ambiental com chuvas torrenciais, enchentes, deslizamentos de terra, secas prolongadas e incêndios devastadores.

Em nota, a Suzano reiterou que cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas em que mantém atividades, tendo como premissas em suas operações o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, reforçando, assim, seu compromisso com as comunidades locais e com o meio ambiente. 

Desocupação em Jacobina

Um acampamento formado por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que foi montado na Fazenda Limoeiro, no distrito de Itaitu, no município de Jacobina, na região da Chapada Diamantina, foi destruído na última sexta-feira (3) por grupos de produtores locais e moradores.

A terra foi invadida pelos integrantes do MST no dia 27 de fevereiro. O movimento afirmou que a área estava abandonada há pelo menos 15 anos, mas o proprietário nega.

“Isso aqui não está abandonado, todos os impostos estão pago, todas as declarações feitas, como é que é abandono?”, disse João Lima, dono da área, em entrevista à TV Bahia.

A confusão começou após moradores e produtores locais se unirem para expulsar os sem-terra. Em vídeos que circulam nas redes sociais, manifestantes afirmam que “o MST invadiu e os produtores, proprietários de terra, se uniram e desocuparam. E fica o recado, onde for invadido terras aqui na Chapada Diamantina todos estarão firmes e unidos para desocupar, o recado está dado.”

A Polícia Militar acompanhou a disputa entre os manifestantes e sem-terra, usando balas de borracha para dispersar aglomerações e conflitos. Em nota, a corporação informou que policiais militares da 24ª CIPM foram acionados com intuito de cumprir um mandado de reintegração de posse, em uma fazenda, no Distrito de Itaitu, Município de Jacobina. No local, foram identificados alguns manifestantes e suas respectivas lideranças, momento em que houve a mediação do conflito e a saída espontânea dos invasores do terreno. “O cumprimento do mandado ocorreu tranquilamente e guarnições permanecem no local”, acrescentou.

Em nota enviada ao Jornal Nacional, o Governo da Bahia declarou que criou uma comissão para promover o diálogo entre as partes. Sobre a reintegração de posse, o governo disse que não foi notificado oficialmente e que respeitará a decisão judicial.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário declarou que também está trabalhando para mediar o conflito e que tem atuado para acelerar o programa de reforma agrária.

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