Conhecido como “Açougueiro”, o chefe do Hamas, Yahya Sinwar, foi assassinado por soldados israelitas em uma operação na Faixa de Gaza, segundo alegou o Exército judeu nesta quinta-feira (17). O grupo Hamas ainda não confirmou a morte.
Sinwar era o principal alvo na guerra de Israel contra o grupo palestino, mesmo que Netanyahu sempre reitere que o fim do conflito só aconteceria com o fim do grupo. Yahya recebeu o apelido de açougueiro devido à violência de suas ações.
Nascido em Khan Yunis, no sul de Gaza, Sinwar é filho de refugiados palestinos, que foram expulsos de suas terras quando o Estado de Israel foi criado, em 1948. Yahya é um dos responsáveis pela criação do Majd, uma espécie de aparato de segurança interna que perseguia e matava palestinos suspeitos de colaborar com Tel Aviv.
Ele conheceu Ahmed Yassin, fundador do Hamas, enquanto rezava em uma mesquita de Gaza. Posteriormente, participou da Primeira Intifada, os levantes palestinos contra Israel de 1987 a 1993. Capturado por Israel em 1988, foi condenado a quatro prisões perpétuas. Passou 22 anos na cadeia, mas, mesmo preso, continuou a coordenar a perseguição aos colaboradores palestinos.
O carniceiro foi solto em 2011, quando Israel decidiu soltar 1.026 palestinos em troca do soldado Gilad Shalit, capturado pelo Hamas. Na época, o Hamas sequestrou cerca de 240 pessoas, usadas como moeda de troca nas negociações com Israel. No cessar-fogo do fim de novembro, a facção libertou dezenas delas em troca da soltura de detentos palestinos.
Relatos divulgados após o início do conflito, feitos por pessoas que conviveram com ele, descrevem Sinwar como alguém radical, inflexível e obsessivo.
Sinwar passou a chefiar o Hamas em Gaza em 2017, quando sucedeu Ismail Haniyeh, morto no final de julho em Teerã. Nas últimos meses, foram mortos também Mohammed Deif, líder militar da facção, e Marwan Issa, número dois de Deif, ambos em Gaza.