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O destino bananeiro do Brasil para inglês ler na Economist

O nosso destino bananeiro foi abordado em reportagem publicada na revista inglesa The Economist sobre o aumento da corrupção na América Latina. O lindo pendão da desesperança do Brasil se destaca ao sol do Novo Mundo.

Estou lá na reportagem na pessoa jurídica. A Economist cita a censura da revista que criei e da qual era publisher. O episódio ocorreu em 2019, porque publicamos uma reportagem tão verdadeira, tão bem documentada, que foi tomada por mentira, veja só.

Além de ter a revista censurada, tive de prestar depoimento à PF, em situação literalmente kafkiana. O episódio esquecido pelos brasileiros foi lembrado na Inglaterra, a pérfida Albion, como dizia Napoleão Bonaparte. 

Dez anos depois do início da Lava Jato e do seu desmantelamento, ninguém dá mais bola para a existência de corruptos e corruptores no país, com o perdão do jogo de palavras involuntário. Como diz a revista, “poucas pessoas querem falar sobre corrupção no Brasil, exceto para expressar desdém pela Lava Jato. Gilmar Mendes, juiz da Suprema Corte, a descarta como produto de interferência estrangeira, de ‘propaganda’ da mídia, e de ‘combatentes anticorrupção que gostam muito de dinheiro’”. A normalidade institucional é comovente.

Não é que os brasileiros tenham perdido o senso de realidade da lambança que estão fazendo em Brasília. Mas eles se mostram conformados. É o que depreendo dos resultados de uma pesquisa da Quaest divulgada também nesta semana termina.

De acordo com a pesquisa, 42% das pessoas concordam que a força-tarefa da Lava Jato foi extinta “por causa da ação dos políticos para barrar a operação”. Metade delas acha que a Lava Jato “fez mais bem” ao Brasil do que mal, contra 28% que acham o contrário. E 40% delas dão apoio à atuação de Sergio Moro como juiz da operação.

Sergio Moro, coitado, deverá ter o mandato de senador cassado pela Justiça Eleitoral por falta de provas e excesso de virtudes. É acusado de ter gastado demais na pré-campanha eleitoral, quando ainda era candidato a presidente, o que lhe deu mais visibilidade quando se lançou ao Senado.

É uma acusação ineditamente esdrúxula, dessas que saem da cachola dos praticantes da jurisprudência de ocasião, para tirá-lo da cena política. A cassação de Sergio Moro, assim como a de Deltan Dallagnol, será um dos episódios mais vergonhosos da nossa história republicana tão pródiga em sem-vergonhices. 

O episódio ilustra a inevitabilidade do nosso destino bananeiro. Mas você sabe:  tudo o que existe de errado no país não está errado. É invenção de estrangeiros cobiçosos das nossas riquezas. 

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