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O pau quebrou! Saiba quais as posições que podem causar fratura no pênis

Suor misturado, os corpos entrelaçados e do beijo chega a sair faísca. A parceira(o) resolve ir por cima no melhor estilo Vaquejada de Serrinha, os vizinhos já estão escutando as gritarias e os dois estão chegando ao clímax, quando… Creck!  Sim, como o barulho de um graveto se partindo, você, armado de seu aparelho reprodutor masculino, sente que algo quebrou. A dor intensa é imediata e seu instrumento vira uma berinjela de tão inchado.  Se você nunca passou por isso, agradeça ao seu Deus. A fratura peniana pode ser uma realidade para quem coloca o boneco de qualquer jeito e pode ocasionar até perda de ereção. 

Este problema está diretamente relacionado ao sexo e a posição pode determinar entre o prazer ou a dor. A saúde do pênis, que inclui a forma de usá-lo,  ainda é um tabu para boa parte dos homens, principalmente quando o risco é justamente naquela hora. O sexo, de fato, pode ser arriscado, principalmente quando o casal resolve abrir o livro Kama Sutra para variar um pouquinho. Mas não se engane: as posições mais clássicas também oferecem perigo se não forem feitas com jeitinho.  

Uma pesquisa, realizada entre 2000 e 2013 nas Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), acompanhou 44 homens que tiveram fratura peniana – 63% destes ‘acidentes’ foram no ato com mulheres. Além de monitorar a evolução do quadro, também se analisou as posições que mais resultaram nas lesões. A primeira, com metade das ocorrências, foi a famosa ‘cavalgada’, em que a outra pessoa está por cima. Neste caso, há uma ‘dobra’ por conta do movimento contrário do parceirx – algo semelhante ao quebrar o graveto.  

A ação mais comum de acontecer um desastre é quando o pênis sai do orifício no momento do vai e vem e ‘erra’ o caminho de volta, sofrendo um impacto súbito contra o corpo do outro. É como um carro que tenta entrar do túnel, mas  se choca forte no muro da entrada . Deve imaginar a frente do veículo depois do desastre, né? A mesma coisa. Seguindo este raciocínio, as outras duas posições que mais podem ocasionar este tipo de impacto são de quatro (28,6%) e o tradicional ‘papai mamãe’ (21,4%). Outra manobra é a masturbação feita por terceiros. A empolgação pode resultar na mesma ‘dobra’ da cavalgada. 

Afinal, o que ocorre com o pinto na hora do ‘creck’? Clinicamente falando, a fratura peniana é o rompimento da túnica albugínea do pênis, um conjunto de fibras, vasos e nervos do corpo cavernoso do órgão. Ao contrário do que imaginamos, não são apenas ossos que sofrem fratura, mas fibras e cartilagens também. No caso do pinto, existem diversos níveis, podendo ser apenas nas fibras ou completo, ocorrendo um vazamento súbito do sangue que está sob pressão para manter o boneco em pé. Perda total, irmão.

Como a mágica acontece 
Não é apenas tesão. Para a ereção, ocorre uma verdadeira química no corpo. O cérebro envia mensagens eróticas para o pênis, que recebe nestes vasos uma circulação intensa de sangue para deixá-lo daquele jeito. Como não existe osso no pênis, esta pressão sanguínea promove o endurecimento das fibras.  Então, o rompimento acaba por ‘vazar’ esta parte interna responsável pela ereção. Logo, não há riscos quando o órgão está em repouso. 

“Quando há uma pressão súbita nesse pênis ereto pode romper a membrana que segura o sangue sob pressão, a chamada túnica albugínea e, com esse rompimento, o sangue escapa subitamente, como um pneu que, sob pressão, estoura e o ar vaza subitamente”, disse o pesquisador e  médico Paulo Egydio, especialista em urologia e doença de Peyronie.  

Existem diversos níveis de fratura peniana, mas todas podem trazer consequências desastrosas, inclusive as de menor gravidade. O motivo? No ato sexual, quando o rompimento é mínimo, o homem pode sentir apenas um pequeno “estalo”, mas a ausência de dor faz com que o sexo não seja interrompido, o que pode agravar a lesão.  Nos casos mais graves, o pênis enche de sangue [pelo vazamento] e fica parecendo uma berinjela. A dor é quase imediata. 

“Quando ocorre a fratura, o pênis do paciente fica instantaneamente arroxeado, perde a ereção e incha subitamente. Outro ponto que merece atenção também é quando sai sangue pela uretra, pois quer dizer que – além de romper o corpo cavernoso – pode ter lacerado a uretra, aí é um caso mais complicado”, avisa doutor Egydio. 

Cuidados 
Segundo o pesquisador, há maneiras de se evitar o desastre para o homem e o trauma para a outra pessoa entrelaçada. Como observamos, posições tradicionais como ‘papai mamãe’ são campeãs de fraturas. Não apenas pelo fato de serem as mais praticadas entre as 529 variações do Kama Sutra. Na verdade, é uma mistura de empolgação e desatenção no ‘vai e vem’ da penetração.

“Para minimizar o risco, é importante evitar posições sexuais que facilitem o pênis escapar. Aí, se o parceiro ou parceira estiver ativo, é importante segurar no seu quadril e coordenar a amplitude dos movimentos para que não haja impacto no pênis ereto [e sua saída repentina]. Se você sente que a posição está forçando o pênis, com risco dele escapar, é melhor trocar”, completa o médico. Se ocorreu a fratura, outro ponto importantíssimo é o atendimento imediato.  

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, 1 a cada 175 mil atendimentos nas emergências pelo Brasil é de fratura peniana. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) não específica em seus dados o termo ‘fratura peniana’ – é utilizada a expressão ‘Internações por ferimento do pênis, em residentes’. Entre 2020 e 2023, foram 10 internações que resultaram em morte. Contudo, não há como ter um parâmetro, pois pode ter sido qualquer caso referente ao pênis, como amputação.    
 
   

George Ferrari, urologista (divulgação)

Coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Geral do Estado (HGE) na Bahia, o médico Paulo Furtado assegura que o HGE é a principal referência no tratamento de fratura peniana e boa parte dos pacientes são encaminhados para lá. Contudo, segundo o especialista, outros municípios fazem este tipo de cirurgia, como  Feira de Santana.  Em Salvador, a média é entre 30 e 40 casos, todo ano, apesar de não ser um número absoluto, segundo Furtado. 

“Não é raro, apenas incomum. Não podemos também dizer que é um quadro tão grave quanto de uma amputação, por exemplo. Contudo, pode ter sequelas sem o devido cuidado. Dificilmente a fratura terá uma sequela grave, se todo o processo for respeitado”, disse Furtado.

O problema é quando o homem não quer ser operado. Não por medo do bisturi, mas por uma consequência, no mínimo, curiosa. “ Uma vez chegou um homem num sábado de manhã. Ele sofreu uma fratura peniana, mas  estava com a amante. Ele não queria operar, mas eu disse que era necessário. Ele precisou de uma boa desculpa para explicar aquilo para a esposa”, conta.  

Como o pênis é bastante vascularizado, sangra muito nas fraturas mais graves. É preciso, dar alguns pontos que podem chegar a dois centímetros, dependendo da gravidade. Segundo Furtado, a cirurgia leva cerca de uma hora. O tempo de resguardo pode variar entre um e dois meses. Neste período, nada de sexo. 

Urologista com especialização  em Sexologia Clínica e  Psicoterapia Analítica, o médico George Ferrari também atende no HGE e não descarta a possibilidade do problema ser resolvido clinicamente. 

“O tratamento normalmente é cirúrgico. Vai depender muito da questão da fratura e sua gravidade. Tem fratura, por exemplo, que  rompe a uretra. Neste caso, é preciso inclusive um processo de cuidado pós-cirúrgico, pois pode trazer sequelas. Mas tem uma fratura que não rompe, que é possível resolver com tratamento clínico [medicamentos]. Depende muito da gravidade”.  

Quando é necessário, deixar de fazer a cirurgia pode trazer consequências desastrosas, como perda de ereção, deformidade e diminuição do tamanho, por conta da retração do pênis após a fratura. 

Encontramos um homem que teve seu pênis fraturado (na posição cavalgada), mas não quis conceder entrevista. Topou apenas resumir a experiência. “Nunca imaginaria que ocorreria isso comigo nem com ninguém. Foi com uma pessoa que conheci na época, um lance casual. Senti o estalo, mas continuei. Só fui ao hospital no dia seguinte, pois não suportava mais a dor. Hoje meu pênis tem uma curvatura que me incomoda muito, mas mantive a ereção”, disse. 
 

Tratamento 
É crucial um atendimento rápido e um pós-cirúrgico eficiente. A negligência da fratura pode levar riscos ao pinto, como formar fibroses e desencadear a doença de Peyronie. Pesquisas apontam que cerca de 9% da população masculina no mundo sofrem desta anomalia, podendo chegar a 20% para quem sofre de diabetes ou fez cirurgia de próstata. 

Penyronie é justamente a consequência da formação de diversas fibroses no órgão, boa parte em consequência de lesões ou microlesões no local, gerando entortamento e dores. Quando este distúrbio não é grave, pode ser tratado com medicamentos.  

Ubirajara Barroso Júnior é coordenador da disciplina Urologia na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e professor da Escola Bahiana de Medicina. O médico é especialista em reconstituição peniana, incluindo aumento e ereção do pinto. Ele reforça a ideia de que um atendimento rápido pode fazer o paciente ter uma vida normal, apesar do susto. 

“Existe a possibilidade grande de voltar uma vida [sexual] completamente normal. Se, porventura houver alguma sequela, como uma curvatura peniana, ela pode ser corrigida posteriormente. Porém, quando a cirurgia não é realizada precocemente, há uma maior chance de disfunção da ereção, neste caso podendo ser tratado com medicações, injeções ou a colocação de prótese, a depender do caso”, explica Ubirajara. 

O melhor remédio é a precaução. “Tenha cuidado na relação para evitar traumas abruptos, né? Aquela relação tão vigorosa leva ao risco do pênis sair da vagina ou do  ânus e ir de encontro ao corpo. Mas qualquer ato pode provocar a fratura, até mesmo numa queda com o pênis ereto”, completa. Por isso, é sempre bom saber como proteger e cuidar de seu boneco. E você, tem sido cuidadoso?

Quais são as posições mais perigosas?

1. Posição Cavalgada
Não precisa procurar muito no Kama Sutra para encontrar a posição com mais casos de fratura peniana. A cavalgada, que é a outra pessoa por cima do ‘ativo’, é responsável por 50% dos casos de fratura entre 44 homens pesquisados ao longo de 10 anos. A pessoa por cima pode fazer um movimento contrário à direção da ereção, fazendo com que o pênis quebre como um graveto. Ou a saída repentina do órgão e o choque fora do buraco ‘na volta’.

2. De quatro
Resumidamente, a fratura peniana  é um impacto súbito contra o corpo do parceiro ou parceira. O mais comum é o pênis sair do canal de forma inesperada e acertar outro lugar, fazendo o membro ‘dobrar’. No estudo, 28,6% dos casos estudados foram após a posição ‘cachorrinho’. O pênis sai do orifício e, no movimento do vai e vem, retorna e atinge algo sólido, como um carro que tenta entrar no túnel, mas bate no muro da entrada.

3. Papai mamãe
Até a posição mais comum pode ser perigosa. Com  21,4% dos casos, o tradicional papai mamãe foi a terceira posição com mais relatos de fratura. O caso ocorre no mesmo mecanismo do ‘cachorrinho’ acima. Há uma saída do pênis no momento do movimento e se choca fora do canal. Geralmente esta parede fica entre a vagina/pênis e o ânus da outra pessoa. Rolou um estalo ou sentiu fortes dores? Procure um médico, com urgência. Nem tudo é prazer… 

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