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Paes diz que foi um erro nomear Chiquinho Brazão, suspeito no caso Marielle

Foto: Câmara dos Deputados

Deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) 30 de março de 2024 | 16:47

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou neste sábado (30) que foi um erro ter nomeado o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) como secretário em sua gestão, mesmo com a suspeita de envolvimento da família com a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

A fala do prefeito também sinaliza um rompimento com o Republicanos, sigla que indicou Chiquinho para o cargo. Nesta semana, ele exonerou aliados do deputado, o substituto indicado pelo partido e nomeou uma pessoa de seu próprio grupo político.

“Foi um erro da minha parte, na constituição da aliança, a gente colocar uma pessoa que tinha sido suspeita. Eu posso aqui ter todas as desculpas do mundo, os seis anos [de investigação sem conclusão], todo mundo já tinha sido acusado de tudo, mas errei”, afirmou o prefeito, após participar da primeira viagem no corredor Transbrasil entre os terminais Deodoro e Gentileza.

Chiquinho e o irmão, Domingos, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), foram presos sob suspeita de serem os mandantes da morte da vereadora.

O deputado foi nomeado em outubro, apesar das suspeitas sobre o irmão desde 2018 de envolvimento de crime. De acordo com o prefeito, o nome foi indicado pelo Republicanos como parte da aliança da sua pré-candidatura de reeleição.

Chiquinho foi exonerado em fevereiro, uma semana após a divulgação sobre o acordo de delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime.

“Mais importante quando você erra é consertar o erro. Já tinha sido pedido que ele fosse retirado da secretaria, e aqui não quero fazer pré-julgamento, mas, diante das suspeitas e da prisão dele, eu pedi que fosse retirado da secretaria antes, quando começaram a surgir os boatos”, disse o prefeito.

Em seu lugar, o Republicanos indicou a nomeação do deputado federal Ricardo Abrão, do mesmo grupo político dos Brazão. Ele manteve 15 nomeados por Brazão no cargo, segundo levantamento do vereador Pedro Duarte (Novo).

Após a prisão de Brazão, o prefeito exonerou aliados do deputado, bem como o secretário substituto. Em seu lugar, indicou Marli Peçanha, que estava no cargo desde o início de seu mandato até a nomeação de Chiquinho.

Após a mudança, o Republicanos passou a articular um desembarque da aliança de Paes para apoiar o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa. O prefeito sinalizou que não deve buscar a reconciliação.

“A gente nesse momento entende que o Republicanos, com os quadros que dispunha aqui, não era adequado.

Queremos alianças, mas as alianças têm que ter um limite.”

Italo Nogueira / Folhapress

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