São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) mandou soltar Alex Monteiro Lino, o Magrelo, acusado de acessar os sistemas do Copom Online, da Polícia Militar e do Detecta, o programa de monitoramento e inteligência do Governo de São Paulo, e repassar informações privilegiadas para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Magrelo havia sido preso em flagrante pela Corregedoria da PM em outubro de 2022. Na sua casa, no bairro Belenzinho, na zona leste da capital paulista, os policiais encontraram um celular e um computador, logado por VPN na intranet da Polícia Militar e no sistema Detecta.
O acusado pagou R$ 55 mil para obter ilegalmente as senhas de acessos aos sistemas de segurança, que pertenciam a dois PMs, de acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Segundo a promotoria, Magrelo fez diversos acessos, entre janeiro de 2021 e outubro de 2022, que resultaram em “obtenção de comunicações eletrônicas privadas” e “informações sigilosas”, repassadas ao PCC.
Sergio moro e Lincoln Gakiya – Metropoles
Sergio Moro e Lincoln GakiyaRafaela Felicciano/Metropoles e Alesp
operação da PF
Polícia Federal fez operação nesta quarta-feira (22/3) contra PCC, que pretendia matar senador Sergio Moro e promotor de JustiçaPF/Divulgação
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Dinheiro apreendido na Operação SequazPF/Divulgação
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Carro de luxo na casa de um dos alvosPF/Divulgação
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Operação ocorreu em várias unidades da FederaçãoPF/Divulgação
“Em especial, a invasão dos sistemas da Polícia Militar visava à prática de roubos, viabilizando fugas e acompanhamento da localização de viaturas policiais”, afirma o documento. Para cada consulta realizada, Magrelo recebia R$ 1,5 mil, segundo a investigação.
O suspeito “confessou com detalhes a prática criminosa” durante o interrogatório, segundo a decisão da juíza plantonista do TJSP, que converteu o flagrante em prisão preventiva na época.
Liberdade por falta de provasNo dia 16 de março de 2023, a juíza do processo, que corre na 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, entendeu que não havia provas suficientes para enquadrá-lo por associação criminosa, rejeitou a denúncia do MPSP, revogou a prisão do acusado e expediu seu alvará de soltura.
“No presente caso, nota-se que a denúncia não dedicou sequer um parágrafo para descrever qual seria a estrutura da organização criminosa”, diz a decisão.
Na Operação Sequaz, que desarticulou célula do PCC que seria responsável por um atentado contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), a Polícia Federal também identificou que a facção tinha acesso aos sistemas restritos de segurança em São Paulo.
Na ocasião, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou ter determinado investigação rigorosa dos fatos pela Polícia Civil. “Se confirmada qualquer irregularidade, o responsável será preso e responderá pelos seus atos à Justiça”, diz nota da pasta.