Parlamentares decidiram que reuniões serão realizadas, a princípio, duas vezes por semana
Pedro França/Agência Senado
A mesa de trabalho da CPMI dos atos de 8 de janeiro
A CPMI do 8 de Janeiro aprovou, por 18 votos favoráveis e 12 contrários, o plano de trabalho apresentado ao colegiado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora, em sessão nesta terça-feira, 6. No entanto, o documento foi chancelado sem os anexos sugeridos pela relatora, que previa convocações de quase 40 pessoas, entre elas Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Nas linhas gerais da investigação estabelecidas pelo plano de trabalho estão: a identificação dos mentores intelectuais das manifestações, o planejamento e a atuação dos órgãos de segurança da União e do Distrito Federal naquele dia, os acampamentos no Quartel-General do Exército, a relação do tenente-coronel Mauro Cid com envolvidos nos atos e a atuação de Anderson Torres, tanto nos ataques de depredação dos órgãos públicos como sua relação com Silvinei Vasques, então diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no segundo turno das eleições.
Mais cedo, a CPMI foi marcada por discussões e bate-bocas entre parlamentares da oposição e de governo a respeito da aprovação dos anexos e sobre a parcialidade da relatora Eliziane Gama na relatoria da Comissão. Alguns parlamentares questionaram o fato de a senadora manter amizade próxima do ministro da Justiça, Flávio Dino. Esta foi a primeira sessão da Comissão depois de ser instalada. A mesa de trabalho decidiu que, inicialmente, as sessões serão realizadas duas vezes na semana, e posteriormente será avaliada a necessidade de ela acontecer três vezes na semana. As próximas reuniões estão marcadas para os dias 13 e 15.