São Paulo – A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (18/1), um policial militar (PM) aposentado de 61 anos que se dizia “médium”. O suspeito é acusado de realizar práticas de curandeirismo e de abusar sexualmente de mulheres que o procuravam em busca de uma “cura espiritual”.
Eder Morini se apresentava como médium e possuía um centro de umbanda nos fundos de sua residência, em Salesópolis, no interior de São Paulo.
As pessoas iam até ele para solucionar problemas pessoais e se deparavam pedidos de dinheiro ou favores sexuais para que esses problemas fossem solucionados.
De acordo com o delegado titular da delegacia de Salesópolis, Ricardo Glória, até o momento, cinco vítimas foram identificadas. Ele disse ao portal g1 que todas elas são mulheres jovens e de baixa renda.
Nos depoimentos, as vítimas afirmavam que procuravam o falso médium para falar sobre problemas pessoais e, em alguns casos, ele incorporava “entidades” e dizia para as mulheres que tinham que beijar o suspeito ou “se entregar” para ele.
As que não cediam as investidas passavam a ser alvo de ameaças: “Vou acabar com sua vida e com a vida de seu filhos” e “vou fazer um trabalho para você nunca mais conseguir nada nessa vida”, segundo informações do boletim de ocorrência obtido pelo g1.
Uma das vítimas, de 19 anos, disse que estava passando por problemas no relacionamento amoroso e, por isso, decidiu procurar ajuda espiritual. A entidade prometeu tratamento e cura espiritual, além de bens materiais, e, em troca, a jovem tinha que se relacionar sexualmente com o suspeito. Meses depois, o PM aposentado acabou estuprando a vítima, que estava vulnerável.
Eder Morini foi indiciado por quatro crimes: estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e curandeirismo. No local onde ficava o centro religioso a polícia recolheu velas, celulares, cadernos e peças de roupa no centro religioso do falso médium. A defesa do PM aposentado não foi localizada. O espaço segue aberto.
O suspeito, por ser policial militar aposentado, foi primeiramente conduzido à Delegacia de Polícia, e, depois de passar pelos trâmites de polícia judiciária, foi encaminhado ao Presídio Romão Gomes, na capital.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que a Delegacia de Salesópolis instaurou inquérito policial para investigar todas as circunstâncias dos fatos.
“De acordo com as informações apuradas, o indiciado, que é líder de um Centro Espírita, cometeu abuso sexual e estupro contra ao menos cinco mulheres que frequentavam os rituais religiosos. As vítimas foram ouvidas pela autoridade policial, que solicitou exames junto ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC) e realiza demais diligências para o esclarecimento dos fatos. Detalhes serão preservados devido a natureza da ocorrência”, disse a pasta.