A Polícia Federal investiga as explosões ocorridas na quarta-feira em Brasília como “uma ação terrorista” e uma tentativa de “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”. “Não é um fato isolado”, disse nesta quinta-feira (14) o diretor da PF, Andrei Passos Rodrigues, em coletiva de imprensa, depois de um homem, com explosivos, ter morrido no dia anterior quando tentou atacar o Supremo Tribunal Federal (STF). Não houve outras vítimas.
A investigação policial vê sinais de “planejamento de longo prazo” e possíveis “conexões” com os episódios de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, quando adversários do então recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacaram a sede dos Três Poderes e causaram sérios danos. O agressor, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos e ex-candidato a vereador pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), havia chegado a Brasília meses antes de sua ação e alugou uma casa e um trailer, onde foram encontrados mais explosivos de fabricação “artesanal”.
Na residência, localizada em um “ponto estratégico” próximo ao Supremo Tribunal Federal, também foi encontrada uma mensagem alusiva aos atos de 8 de Janeiro de 2023. A polícia apurou que o agressor estava em Brasília naquela data, embora ainda esteja analisando se ele participou do motim que a Justiça investiga como um ataque à democracia.
“Ainda não sabemos a motivação do crime”, disse o diretor da Polícia Federal. Embora tenha afirmado que se tratava de uma ação “individual”, alertou que “os extremistas estão ativos”. Durante a busca na residência que o agressor havia alugado, a entrada de um robô antiexplosivos causou uma forte detonação. As autoridades informaram ainda que, ao chegar próximo ao Supremo Tribunal Federal, o sujeito portava um “lança-chamas” caseiro e um dispositivo que poderia ser um detonador.
*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira