O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), disse para o ator Paulo Betti “parar de sacanagem” e ir “plantar batata”.
Manga reagiu ao vídeo no qual Betti pediu para a classe artística se unir contra o prefeito. O ator afirmou que o gestor “realmente não gosta da arte, não gosta da cultura e acredita em coisas que nós não acreditamos”. “É uma loucura Sorocaba ser governada por alguém como esse cara”, afirmou.
“Vamos nos unir. Vai para a rua, vai combater, eleger bons vereadores, gente sensata e correta”, disse o artista. Em resposta, o prefeito afirmou que Betti se posiciona contra ele em razão da lei que proíbe Marcha da Maconha em Sorocaba, projeto de lei de autoria de Manga aprovado pelos vereadores em fevereiro de 2023.
“Para de sacanagem, ô Paulo Betti. O senhor está falando isso porque o senhor queria liberar a Marcha para Maconha aqui em Sorocaba e eu proibi. Por ter certeza que, enquanto Deus me der fôlego de vida, não vai ter Marcha para Maconha em Sorocaba. Vá plantar batata”, disparou o prefeito em vídeo publicado nas redes sociais. Veja o vídeo:
Manga foi eleito prefeito de Sorocaba em 2020, com 52,58% dos votos. Ele é pré-candidato à reeleição este ano. Uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, de maio, apontou que o atual gestor tinha 72,8% das intenções de voto.
Marcha da Maconha Quando o projeto de lei que proíbe a Marcha da Maconha foi aprovado, em 2023, Betti gravou um vídeo no qual chamou os vereadores de “babacas”.
“O mundo acabando e os vereadores de Sorocaba querendo proibir a Marcha da Maconha. Vão se catar, babacas”, declarou o ator, à época.
O prefeito corrigiu o artista e disse que o projeto de lei era de autoria dele, e não dos parlamentares. “Eu tinha uma admiração pelo senhor, mas, pelo jeito, não vou ter mais. O senhor deve ser daqueles que é a favor do uso da maconha, mas não acolhe a mãe que tem o filho perdido nas drogas”, disse, no ano passado.
Motivo da rixa entre Betti e o prefeito de Sorocaba, a lei municipal foi questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2023. Autora da ação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) argumentou que impedir esse tipo de manifestação é incompatível com os preceitos fundamentais da liberdade de expressão e de reunião.