InícioNotíciasPolicialPrefeitura e trade turístico comemoram resultados do Carnaval 2023

Prefeitura e trade turístico comemoram resultados do Carnaval 2023

Os hotéis de Salvador registraram 96,5% de ocupação durante o Carnaval. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o número é superior ao período pré-pandemia e chegou a ser ultrapassado em algumas redes hoteleiras que tiveram 100% dos leitos preenchidos. O faturamento neste período corresponde a quase 12% da receita anual do setor. Para o trade, a meta foi atingida com folga este ano. 

Os resultados do setor hoteleiro no Carnaval foram apresentados nesta quarta-feira (22), mesmo dia da divulgação do balanço final da folia pela prefeitura de Salvador. O prefeito Bruno Reis afirmou que foi o maior carnaval da história e também adiantou novidades para a próxima folia:

 “Nunca fizemos um Carnaval com tanta participação popular e em que tudo deu certo. São tantos fatores para fazer uma grande festa como essa e foi o melhor de todos os tempos na oferta de serviços, na estrutura que oferecemos, e na apresentação dos artistas espalhados pela cidade. E era muito importante para a nossa cidade voltar com essa força”, afirmou.

A folia, segundo o prefeito, injetou R$ 2 bilhões na economia da cidade e gerou cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos. Em termos de patrocínio, o município bateu recorde com 100 marcas e mais de R$ 32 milhões arrecadados. Na saúde, houve queda de 27% no número de atendimentos nos postos montados nos circuitos, com 4.149 pacientes atendidos.

Trade otimista
O resultado positivo do Carnaval 2023 para a ABIH também inclui a lotação de leitos fora da capital, como em Baixio, no Litoral Norte. E uma projeção positiva para o setor durante o restante do ano. “Ficamos três anos com restrições e agora já percebemos o retorno de turistas estrangeiros e visualizamos este aumento de fluxo nos hotéis”, afirmou o presidente da ABIH, Luciano Lopes. 

Ainda sobre o desempenho em Salvador, ele comentou sobre a ocupação dos hotéis no Centro e nas imediações dos circuitos. “O Carnaval no Campo Grande é muito importante porque ele tem uma tradição muito forte. Então, em torno dele, há uma rede hoteleira também bastante relevante da cidade que vai desde hotéis econômicos até hotéis de luxo, como o Fasano Salvador”, afirmou o presidente.

De acordo com Luciano Lopes, o centro da cidade atrai bastante hóspedes. “Quando a gente compara o desempenho com o Carnaval de 2020, o desse ano registrou um crescimento em torno de cinco pontos percentuais nos hotéis do Centro Histórico. A média de ocupação foide 95%, chegando em alguns dias a 99%”, enumerou o dirigente da ABIH.

“O importante foi que o volume de faturamento foi maior, já que os hotéis tiveram um preço médio maior do que o praticado no último Carnaval. Dessa forma, o reforço do Carnaval do Centro, com muitas atrações e artistas relevantes, vai possibilitar atrair um público muito importante para o Centro Histórico”, acrescentou Luciano, ao falar da programação diversificada que a prefeitura montou no Centro este ano.

Apesar do grande fluxo de entrada em Salvador por causa do Carnaval, o setor de viagens também lucrou com a venda de passagens para fora da cidade. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), não deu números, mas informou que a folia foi positiva para o setor. “A cidade teve um acréscimo de turistas que movimentou bem a economia”, enfatizou o vice-presidente da Abav Jorge Pinto.

A reportagem entrou em contato com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e com a Empresa de Turismo (Saltur), mas até a publicação desta matéria não houve retorno. 

Produtores e artistas
A bonança da folia também alcançou os organizadores da festa e os artistas. Segundo o presidente da Associação de Blocos e Trios (ABT), Washington Paganelli, este Carnaval marcou a volta da alegria do povo e teve uma organização ímpar. “Muitas pessoas conseguiram sair para se divertir, ganhar dinheiro e movimentar a economia. Os blocos saíram bonitos, assim como os camarotes e o público pipoca”, descreveu ele. 

Daniela Mercury também celebrou o saldo positivo da folia. “Eu estava especialmente feliz com nosso retorno, mas também com os 40 anos de carnaval e 30 anos do Canto da Cidade. O meu trio novo realizou o sonho que eu tinha de cantar junto ao povo e também de ter espaço para fazer minhas apresentações de dança e outras performances. Foi um carnaval inesquecível”, destacou. 

O cantor Lincoln também saiu deste Carnaval com boas histórias. “Bom não, excelente! Depois de dois anos eu estava com sede de Carnaval. Foi emocionante ver minha pipoca naquela sintonia inexplicável. É fruto de um trabalho feito o ano inteiro, sou grata por toda a equipe que faz isso acontecer”, contou. 

Outro veterano da festa, Márcio Victor, também não conseguiu segurar a emoção. “Eu nem sei explicar a emoção que toma conta de mim. Carnaval é minha vida, eu amo viver isso aqui. Música para o povo, trio elétrico, Muquiranas, correria. Foi uma energia absurda, me sinto extremamente feliz por estar onde estou agora. Já quero o próximo Carnaval”. 

Depois de  dois anos de espera, Tony Salles disse ter tido as expectativas superadas. “Estava contando os minutos para subir no trio e ver a pipoca do Parango, matar as saudades das minhas Muquiranas. Sou muito grato a todos que nos acompanharam nesses dias mágicos! Os camarotes também nos receberam com muito carinho. Todo mundo metendo dança e soltando o Parango”, disse. 

Indicadores da saúde
A vice-prefeita e secretária municipal de Saúde, Ana Paula Matos, destacou que houve redução na gravidade das ocorrências. Cerca de 80% dos pacientes atendidos eram casos clínicos. Outros 7% foram ortopédicos, 6% bucomaxilofacial, 4% de enfermagem e 3% cirúrgicos.

“Apenas 4% dos pacientes precisaram ser regulados para outras unidades, casos mais graves como infarto e AVC, por exemplo. Tivemos duas pessoas que precisaram sair do circuito entubadas por conta do uso de drogas sintéticas. As duas eram de estados do Sudeste. Mas a maioria foram de situações leves”.

O único dado que apresentou crescimento em relação ao último carnaval foi o de testes positivos para HIV. Em 2020, foram registrados cinco pacientes nos postos de testagens montados nos circuitos. Este ano, foram 26 confirmações. O município atribui o resultado à falta de campanhas de conscientização por parte do governo federal, e informou que fará ações específicas na próxima folia.

Os testes para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) tiveram redução de 35%. Das 4,5 mil amostras analisadas, 109 deram positivo, sendo as doenças mais comuns sífilis (151), HIV (26), hepatite C (07) e hepatite B (06). O município distribuiu 360 mil preservativos. Em relação a covid-19, foram realizados 82 testes com pessoas com sintomas, e quatro deram positivo.

Já a vigilância sanitária analisou cerca de mil amostras para checar a qualidade da água em camarotes, módulos assistenciais, hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos, e encontraram alteração em apenas um local. O nome não foi divulgado.

Foco no futuro
Sobre a próxima folia, Bruno Reis confirmou a presença de Ivete Sangalo no circuito Osmar (Campo Grande) e prometeu ampliar as ações no Carnaval do Centro para continuidade da revitalização do circuito. Este ano, a prefeitura estima que 70 mil foliões que frequentam a Barra-Ondina migraram para aproveitar a festa também no Campo Grande, e acredita que a mudança aconteceu por conta da grade com grandes atrações e trios sem corda.

O prefeito deixou em suspenso a possibilidade de pensar alguma ação para a segunda-feira – entre o Furdunço (no domingo) e o Pipoco (na terça-feira) – que antecede o Carnaval. “Temos muitas sugestões, mas é algo para avaliar, porque não é a operação apenas da prefeitura”.

Outra ação que será ampliada é o transporte público. A linha expressa, que ligou três shoppings ao circuito foi destaque e bem avaliada. Ao todo, 2,2 milhões de passageiros foram transportados nas imediações do circuito da folia. Em 2020, foram 1,5 milhão.

Já a Limpurb recolheu 2 milhões de toneladas de resíduos, 30% a mais. A festa também serviu como um cartão-postal da cidade, e teve repercussão na imprensa local, nacional e internacional, com 2,7 mil matérias publicadas e 10 milhões de contas alcançadas nas redes sociais.

Folia em números:
27% foi a queda no número de pacientes precisando de atendimento;
80% dos pacientes atendidos no circuito tiveram casos leves, como dores nas pernas, arranhões e cortes superficiais;
4% foi o percentual de pacientes que precisaram ser regulados para outras unidades fora do circuito;
4 foi o número de testes para covid-19 que deram positivo entre 82 amostras;
35% foi a redução de testes para Infecções Sexualmente transmissíveis;
26 pacientes testaram positivo para HIV, superando os cinco casos registrados na última festa;
R$ 2,2 bilhões foram injetados na economia da cidade;
50 mil empregos diretos e indiretos foram gerados com a folia;
R$ 34 milhões foram arrecadados em patrocínio, o que foi considerado recorde;
367 crianças e adolescentes filhos de vendedores ambulantes foram atendidas nos cinco centros de acolhimento montados pela prefeitura;
561 pessoas em situação de rua foram acolhidas;
1 mil catadores trabalharam na festa e receberam 17.576 mil refeições;
13.751 crianças receberam pulseiras de identificação distribuídas pela Guarda Civil Municipal;
1,3 mil guardas municipais atuaram da festa;
18 mil mercadorias irregulares foram apreendias;
30% a mais de resíduos foram recolhidos pela Limpub em comparação com o carnaval de 2020, foi cerca de 2 milhões de toneladas esse ano;
3 mil agentes trabalharam na limpeza da cidade;
2,2 milhões de passageiros foram transportados nas imediações dos circuitos da folia. Em 2020 foi 1,5 milhão;

*Colaborou Wendel de Novais

O Correio Folia tem patrocínio da Clínica Delfin, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio da Jotagê e AJL.

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