Além dos 13 presos nesta quinta-feira (5) ligados à facção Bonde do Maluco (BDM), outros onze criminosos do mesmo grupo foram detidos pela Policia Civil desde o início do ano em Pernambués. Essas prisões ajudaram a elucidar três homicídios no bairro, um deles do estudante Max Santos de Oliveira, 18 anos, morto dentro de um colégio da região.
“No curso da Investigação, foram realizadas algumas prisões. Esses acusados entraram em um imóvel e fizeram uma família refém, mas depois foram capturados pela polícia e autuados em flagrante. Entre eles, havia um rapaz, que posteriormente saiu, foi para a rua e que depois foi vitima de um homicídio dentro de um colégio. Esses indivíduos já eram investigados no curso dessa operação”, declarou o delegado José Bezerra, diretor do Departamentos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), durante coletiva para apresentar o balanço da “Operação Balder”.
Max morreu no dia 11 de março no estacionamento do Colégio Estadual Ministro Aliomar Baleeiro. Segundo a polícia, o assassino foi o primo da vítima, que já estudou na escola. Ele aproveitou a condição de ex-aluno e vestiu o uniforme para ter acesso ao colégio. O acusado aguardou a saída da vítima até o estacionamento, onde efetuou os disparos e fugiu em seguida.
O primo de Max foi preso três dias depois no bairro de São Gonçalo. Ainda de acordo com a polícia, a motivação está relacionada com a disputa pelo tráfico de drogas em Pernambués. O autor era integrante do Comando Vermelho (CV).
Violento
Segundo a polícia, o bairro de Pernambués é um dos mais violentos deste ano, o que justifica a operação desta quinta. “É o quinto em quantidade de homicídios neste ano, até agora”, explicou o delegado do Draco Adriano Lobo, sem dar mais detalhes sobre o fato.
Durante ocupação, a polícia apreendeu: uma escopeta , três pistolas, duas balanças de precisão, um colete à prova de balas roubado de uma empresa de segurança, uma faca, cinco carregadores, um uniforme do Exército Brasileiro, além de farta munição e pinos de cocaína. A operação teve como estratégia principal o serviço de inteligência. “A nossa ação foi tão bem sucedida que a letalidade foi zero”, comemorou Bezerra.
A mega operação contou com a participação de 600 policiais. “O custo é o de sempre, o diário. O serviço de segurança pública requer realmente uma dedicação muito grande, horas policiais, recursos tecnológicos muito grande, empregos de viaturas, combustível, mas nada disso se compara ou está próximo e é justificável para retirar as armas de circulação, evitando que mais vidas sejam ceifadas”, declarou Bezerra, sem citar valores.
O diretor do Draco falou ainda que não há prazo para as polícias deixarem de ocupar o bairro de Pernambués. “A operação ainda continua e vamos ficar hoje, amanhã e até quando for necessário, para garantir segurança à população”, disse. Outros bairros serão em breve também alvo de operação semelhante, porém Bezerra não revelou os locais e nem quando.
Ações
As ações em campo são desenvolvidas por policiais civis e militares dos Departamentos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), de Polícia Metropolitana (DEPOM), de Crimes Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), Coordenação de Operações Especiais (COE), da Superintendência da Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Da Polícia Militar atuam, a Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE-Polo), Rondesp Central, Tático Ostensivo Rodoviário do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (TOR/BPRv), Companhia de Intervenção Prisional (CIRP) do Batalhão de Guarda da PM, Companhia de Patamo do Batalhão de Choque (BPChq) e Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos (Bepe), Coorenação de Operações de Inteligência (CoordOInt) e Setor de Operação de Inteligência (Soint) do Comando de Policiamento Regional Central e a 1a Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) e outras companhias de área.