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Rebatizada, operação da PM no litoral é mais letal do que a de 2023

São Paulo — Alvo de críticas e de uma apelação na Organização das Nações Unidas (ONU), a operação realizada pela Polícia Militar para capturar assassinos de PMs foi rebatizada neste ano, no litoral paulista, mas tem se mostrado ainda mais letal, proporcionalmente, do que a primeira ação do gênero, deflagrada em 2023, após a primeira morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) em serviço desde 1999, no Guarujá.

Oficialmente, sai o nome Operação Escudo, instituída no ano passado pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ser deflagrada sempre que um policial militar é assassinado — foram 38 operações em 2023, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) —, e entra a Operação Verão, historicamente realizada todos anos durante a estação de calor para coibir crimes nas áreas frequentadas por turistas das cidades litorâneas.

Na prática, contudo, o método adotado na “nova” Operação Verão tem sido o mesmo que levou a Escudo a ser contestada, inclusive, na Justiça. Desde o dia 26 de janeiro até essa quinta-feira (15/2), portanto em 21 dias, a Operação Verão deixou 22 suspeitos mortos na Baixada Santista. Segundo a polícia, todos reagiram a abordagens feitas nas cidades da região, como Santos, São Vicente e Guarujá.

Neste período, a corporação perdeu três soldados assassinados por criminosos. O primeiro deles, o soldado Marcelo Augusto da Silva, participava da Operação Verão padrão, iniciada em dezembro, e foi morto no dia 26/1 com um tiro na cabeça durante uma tentativa de assalto, quando voltava para casa de moto, na Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão, cidade vizinha ao Guarujá.

suspeito rota

Kaique da Silva Coutinho, conhecido como “Chip”, é apontado como autor dos disparos que mataram o soldado Cosmo, da Rota Divulgação/SSP

Soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo

Soldado Samuel Wesley Cosmo, no batalhão da Rota na capital paulista Reprodução/Redes Sociais

Soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo

Soldado da Rota foi o segundo PM morto no litoral paulista neste ano Reprodução Redes Sociais

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Kennedy Cosmo e Samuel Wesley Cosmo Reprodução

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Policial militar de São Paulo Samuel Wesley Cosmo, soldado lotado nas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Reprodução

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Família pede doações a viúva e filhas de soldado da Rota morto Reprodução/Redes Sociais

imagem da câmera corporal policial militar de São Paulo Samuel Wesley Cosmo assassinado em SP 2

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Como comparação, a Operação Escudo original, deflagrada em julho do ano passado, após a morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, no Guarujá, durou 40 dias e terminou com 28 suspeitos mortos. Houve uma série de críticas a essa operação por conta da alta letalidade policial, além de denúncias de violência contra a população das comunidades da Baixada Santista, o que o governo Tarcísio nega.

Para a Ouvidoria das Polícias, Defensoria Pública, entre outras entidades que acompanham de perto as consequências da política de segurança pública desencadeada em São Paulo, não há dúvida de que a ação em curso neste início de ano no litoral sul paulista é a mesma Operação Escudo de 2023. Só trocou o nome.

A mudança nos nomes das operações causa confusão até entre os policiais. Em boletim de ocorrência registrado na quarta (14/2), referente a um suposto confronto que terminou com a morte de Emerson Rogério Telascrea, 33 anos, a primeira versão traz o nome da Operação Escudo, corrigido na terceira versão do B.O. para Operação Verão.

“O presente é para informar que segundo informações dos Policiais Militares da Rota, estavam empenhados na ‘Operação Verão’ e não na Operação Escudo, como citado anteriormente. Nada mais”, diz o texto da terceira versão.

A ação policial desencadeada no fim de janeiro na Baixada Santista é duramente criticada por órgãos como a Ouvidoria e a Defensoria Pública, que apontam indícios de execuções e agressões praticados por PMs, assim como foi na Operação Escudo realizada entre julho e setembro de 2023 — alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

O clima de guerra e a violência generalizada também têm feito baixas na tropa em todo o estado. Como mostrou o Metrópoles, em apenas 17 dias entre janeiro e fevereiro, quatro PMs foram mortos no estado, sendo três na Baixada Santista, ante um total de três policiais assassinados em todo o primeiro trimestre de 2023.

O que diz a SSP A Secretaria da Segurança Pública não admite que a Operação Verão de agora é uma nova fase da Operação Escudo. A pasta afirma que o soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo foi morto em 2 de fevereiro enquanto fazia patrulhamento pela Operação Verão, iniciada em 18 de dezembro.

“Após a morte dele, foi desencadeada uma mobilização de saturação do efetivo policial dentro do escopo da mesma operação. A primeira fase da Operação Verão terminou em 5 de fevereiro. No dia seguinte, teve início a segunda fase, voltada para garantir a segurança de moradores e turistas. No dia 7, foi deflagrada a terceira, com a finalidade de localizar e prender os envolvidos na morte do soldado Cosmo”, diz a SSP.

Segundo a secretaria, essa terceira fase tem contado com o reforço de policiais do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) do ABC Paulista, de Guarulhos e da Região Metropolitana, além das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e do Comando de Operações Especiais (COE).

“A seleção de batalhões que se revezam na operação é pautada por critérios técnicos e operacionais, de forma a garantir a manutenção das ações de policiamento preventivo na região e em todo o Estado”, diz, em nota.

A SSP afirma ainda que investe permanentemente no treinamento e em políticas públicas para reduzir a letalidade policial. “As corregedorias das instituições também estão à disposição para formalizar e apurar toda e qualquer denúncia contra agentes públicos, reafirmando o compromisso com a legalidade, os direitos humanos e a transparência”.

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