O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu críticas de setores do PT à proposta do novo arcabouço fiscal. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o chefe da equipe econômica diz que não tem “a pretensão de agradar a 100% das pessoas” e que o projeto contou com a chancela do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O que eu fiz foi fechar uma equipe técnica de altíssima qualidade, definir um desenho, levar esse desenho para pessoas tão diferentes quanto Esther Dweck e Simone Tebet, que pensam muito diferente, e falar com Ministério do Desenvolvimento, Casa Civil, presidente da República. Senti o pulso com economistas tão diferentes quanto Eduardo Gianetti da Fonseca, André Roncaglia, Paulo Gala, Leda Paulani, Felipe Salto, Paulo Nogueira Batista, pessoas que têm visões muito diferentes em economia e se manifestaram publicamente com otimismo a respeito das perspectivas. Recebi o aval do presidente”, afirmou Haddad.
“Agora, ninguém tem a pretensão de, com uma medida, agradar a 100% das pessoas. O que precisamos é ter um núcleo hegemônico que abrace a perspectiva de recolocar o Brasil numa trilha de desenvolvimento sustentável tanto do ponto de vista social quanto do ambiental e do fiscal. Convencer as pessoas de que tem um norte essa economia”, prosseguiu o ministro.
Para Haddad, “manifestações críticas e elogiosas vão acontecer em qualquer agremiação”. “Agora, quem fala pelo Partido dos Trabalhadores é a sua executiva, com todo respeito a vozes internas. Nada obsta a um deputado em exercício de seu mandato apresentar o seu projeto”, disse o ministro da Fazenda.
Haddad lembrou que a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, participou da reunião em que o arcabouço foi sacramentado.
“Esse arcabouço não é do Haddad. Tenho grande participação na sua elaboração, é um desenho muito parecido com o que eu tinha concebido em 2018, quando era o coordenador de programa do presidente Lula, e é um arcabouço do governo federal hoje, deste governo”, concluiu.