03:10
Nos próximos dois dias estarei postando notícias e comentários aqui de Salvador. Eles serão obrigatoriamente mais concisos. Escrevo de um flat onde me hospedo no bairro do Campo Grande. E ele tem um aspecto singular se comparado com os demais flats e hotéis da cidade: você só tem 15 minutos corridos para usar a internet.
Quando o prazo termina, você é obrigado a digitar no estreito prazo de 15 segundos uma nova senha formada por 12 algarismos – quase um por segundo. Se não conseguir, o computador desliga e você perde o que escrevia e se preparava para enviar.
Eu estava em meio a uma pesquisa sobre a ilha do Caribe onde repousa o ministro José Dirceu quando o computador apagou. Tentarei recomeçar a pesquisa. Relevem, pois, erros de digitação – erros de qualquer natureza. Porque como sei que não conseguirei digitar 12 algarismos em 15 segundos, ao notar que meu tempo se esgota darei “enter” na mensagem do jeito que ela estiver. Até já.
Sou lento para escrever. E só tenho mais seis minutos com minha atual senha. Menos de seis. Fui fazer uma correção e já apareceu a mensagem: Atenção, seus créditos estão acabando.
Coisas da Bahia!
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03:59
Do saudoso líder político baiano, Otávio Mangabeira: “Pense num absurdo. Na Bahia tem precedente”.
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09:12
Pago 3 reais por cada 15 minutos de internet neste flat de Salvador. E até aqui (encontrei o acento), não expliquei porque a cada 15 minutos tenho de comprar uma senha. Explicaram-me há pouco na recepção: porque o flat não tem ninguém para controlar o tempo que cada hóspede passa ou pode passar na internet. E como hóspede não merece confiança, limita-se a 15 minutos o tempo de uso.
Ora, o flat ganharia mais dinheiro se o hóspede pudesse passar mais tempo na internet. Tendo que comprar uma nova senha a cada 15 minutos, ele se irrita e desiste.
Elementar… E por que não se vende uma senha que lhe garanta mais tempo – quer ele use todo o tempo ou não? O funcionário da recepção não soube responder. Coisas da Bahia! Coisas desse amado e idolatrado salve, salve, Brasil!