O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, deu sinais de que as conversas sobre a reforma ministerial seguem a todo vapor. Essa é uma tentativa do Palácio do Planalto de consolidar apoio dentro do Congresso Nacional. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, nesta quarta-feira, 16, o ministro não quis antecipar nomes, disse que esse anúncio cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que isso vai ser feito em breve: “Entendo a ansiedade da imprensa, é natural, é papel da imprensa cobrar, fustigar, para ver se alguém escorrega e fala alguma coisa, mas eu sou fiel aqui aos meus conceitos e cabe só ao presidente da República. Vamos aguardar, eu diria que está pertinho, está muito perto dele anunciar o que ele vai fazer”. Nos bastidores, parlamentares afirmam que um dos motivos para a votação do novo arcabouço fiscal ter sido adiada foi justamente a indefinição sobre a reforma ministerial. A pauta é considerada prioritária para o Executivo, mas o conjunto de partidos do Centrão está insatisfeito e reclama da demora do governo para definir os novos postos na Esplanada dos Ministérios.
Dois nomes são apontados como possíveis ministros, os deputados André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos). Ambos os nomes já foram confirmados pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Para selar essa aliança, Lula deve se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e bater martelo sobre a situação dos indicados do Centrão para o primeiro escalão. A ala política espera resolver o desenho da esplanada dos ministérios até o fim desta semana, antes do presidente da República embarcar para a Cúpula dos Brics, na África do Sul.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também se manifestou sobre as mudanças e declarou nesta semana que a reforma ministerial urge e se faz necessária para que o chefe do Executivo consiga a tranquilidade necessária na relação com o Congresso Nacional. O ponto-chave ainda é definir onde os novos ministros vão entrar. O Progressistas, por exemplo, mira o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente liderado pelo petista Wellington Dias. A pasta tem programas considerados importantes para o PT, como o Bolsa Família. Já o Republicanos manifestou interesse no Ministério do Esporte, que está sob comando de Ana Moser. Mas, segundo interlocutores, em uma reunião nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, Lula tranquilizou Wellington Dias em relação à reforma ministerial. O presidente da República disse que a saída de Dias não é cogitada para dar lugar a algum aliado do Centrão.
*Com informações da repórter Iasmin Costa