Nesta segunda-feira, 20, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, foi uma das premiadas em um evento em São Paulo que homenageou mulheres consideradas exponenciais em setores como empreendedorismo, ciência, tecnologia e impacto social. Em seu discurso, a ministra, que voltou recentemente de uma reunião com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aproveitou para comentar a situação da política externa do Brasil e considerou o momento positivo: “Estou vindo do Panamá e passei a madrugada no voo para dizer o quanto os países latino-americanos, os países das américas, estavam felizes com a volta do Brasil nos bancos multilaterais. O recado que nós demos naquele momento foi de que o Brasil voltou, voltou afazer integração regional e integração mundial”. Em entrevista com jornalistas, Tebet analisou o novo arcabouço fiscal e considerou que o projeto deve ser aprovado pelo Congresso.
“Da forma como a equipe econômica moldou o novo arcabouço fiscal, eu tenho certeza, conhecendo o Congresso Nacional e especialmente o Senado, onde dois terços permanecem, que vai agradar muito. Vai ao encontro do que o Senado Federal quer para o Brasil”, afirmou. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a proposta da chamada âncora fiscal aos presidentes da Câmara e do Senado nesta segunda-feira. De acordo com o ministro, faltam apenas detalhes para a proposta ser apresentada ao público.
Vencedora na categoria “Política”, Tebet afirmou na premiação que as mulheres sofrem muito preconceito, mas que não falta competência para mudar esta realidade: “Nós precisamos de mais mulheres na política. Essa capacidade de convencer as mulheres e de preparar as mulheres que são talentosas para que façam política (…) Quero mostrar isso para cada uma de nós. Não é fácil erguer a voz, não é fácil ter coragem, não é fácil depois de um ‘não’ levantar a cabeça, mas vocês vão estar plantando sementes que a colheita vai ser coletiva lá na frente. Que vocês, mulheres, não se apequenem diante das adversidades. Na profissão que vocês tenham, continuem firmes, porque o Brasil e o mundo precisam muito”.
Dados do Centro de Liderança Pública indicam que no setor público apenas mulheres que trabalham na administração federal alcançaram igualdade de salário com relação aos homens. Em 2019, as diferenças eram de 4,5% no setor municipal e 26% no setor estadual. Já no setor privado, os homens ganhavam 21,4% a mais do que as mulheres.
*Com informações da repórter Letícia Miyamoto