Governador disse que o tema deve ser discutido no fim de dezembro com o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), que controla as tarifas de ônibus
MARCELO OLIVEIRA/ONZEX PRESS E IMAGENS/ESTADÃO CONTEÚDO
O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, durante coletiva de imprensa após reunião com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sinalizou que o valor das passagens de Metrô e trem podem aumentar em 2024. Desde 2020, a tarifa está congelada em R$ 4,40. Para o mandatário, há uma defasagem dos recursos: “A tarifa está congelada há muito tempo e a gente tem que começar a fazer contas. Ou eu repasso alguma coisa para a tarifa, ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quanto mais tempo a tarifa ficar congelada, mais subsídio a gente vai ter. Quando entra mais subsídio, eu vou ter que tirar de algum lugar, o orçamento é finito, eu vou tirar de alguma política pública. A gente tem que botar na balança qual a política pública que vai pesar mais, não tem almoço de graça. Se a tarifa não subiu, o custo subiu”. Apesar de especular um aumento, Tarcísio disse que ainda não há decisão tomada sobre o assunto e que o tema deve ser discutido no fim de dezembro com o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).
Fontes ligadas ao gestor municipal indicam que Nunes não vê com bons olhos a possibilidade de mudança no valor, uma vez que 2024 é ano eleitoral. Apesar disso, Tarcísio destacou que está praticamente descartada a possibilidade das passagens de Metrô e trem terem um valor diferente da tarifa de ônibus. Ainda sobre transportes, o governador também divergiu do prefeito sobre a pauta da tarifa zero, encampada por Nunes, mesmo que apenas aos domingos ou no período noturno: “Hoje, o subsídio da Prefeitura está na casa dos R$ 5 bilhões e no Estado na casa dos R$ 2 bilhões. Quando você faz a conta para sustentar um sistema que está transportando mais de 8 milhões de passageiros ao dia, você vai ver que essa conta é muito grande. Você vai subtrair e prejudicar de forma muito importante políticas públicas como saúde, habitação e educação (…) Eu não vejo viabilidade financeira de dar esse passo”.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini