InícioNotíciasPolíticaTarcísio diz que vice “agrega” e Nunes nega que ex-Rota seja radical

Tarcísio diz que vice “agrega” e Nunes nega que ex-Rota seja radical

São Paulo – Em meio à novela em torno da escolha do Coronel Ricardo Mello Araújo (PL) para ser o vice do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela reeleição à Prefeitura da capital, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a decisão foi um consenso de todos os 12 partidos que devem integrar a coligação da pré-candidatura do emedebista.

“Está acordado com todos os partidos, todos os partidos concordaram. É uma coisa muito difícil você conseguir essa convergência, em um número de agremiações tão grande e com visões diferentes. E a gente convergiu com Mello Araújo, a gente agora segue com Mello Araújo, é um representante nosso como pré-candidato a vice-prefeito, é um nome que agrega qualidade, tem uma trajetória ilibada na Polícia Militar, prestou um serviço relevante para o Estado de São Paulo, foi testado como gestor na Ceagesp e se saiu muito bem”, disse Tarcísio.

A escolha de Coronel Mello foi feita por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que condicionou o seu apoio a Nunes em troca da indicação do vice da chapa. Foi Bolsonaro, inclusive, quem pressionou Tarcísio, seu afilhado político, para viabilizar a escolha – o governador não era simpático ao nome de Coronel Mello.

“Todo mundo está unido nesse projeto, a gente vai trabalhar junto, ele [Coronel Mello] vai começar, já vou chamá-lo para ajudar a trabalhar no plano de governo e vamos seguir o rito do processo e ir para as convenções. Se a gente ganhar a eleição, espero contar com ele igual ele fez na Ceagesp”, disse Nunes.

O anúncio foi feito por Tarcísio na tarde desta sexta-feira (21/6) após uma agenda conjunta com Nunes na zona sul paulistana. Ao lado do governador e do prefeito estava também o vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal e um dos maiores aliados de Nunes.

O Metrópoles revelou que Leite só aceitou a indicação de Coronel Mello após ter fechado um acordo para manter a presidência da Casa sob o comando do União Brasil no ano que vem.

“O União Brasil tinha resistência e tinha outras opções [para a vice]. E é legítimo, isso é legal. É para ter divergências mesmo, apresentar suas justificativas, e o partido foi convencido. Isso é bonito: a gente começa a nossa pré-campanha dando o exemplo, fazendo as construções no diálogo e no convencimento”, afirmou Nunes.

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O governador Tarcísio de Freitas e o prefeito de SP, Ricardo Nunes

Divulgação/Prefeitura de São Paulo

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Ricardo Nunes, Baleia Rossi e Tarcísio de Freitas levam salgados e bolo para jornalistas na porta do Palácio dos Bandeirantes

Juliana Arreguy/Metrópoles

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Tarcísio de Freitas, Jair Bolsonaro, Ricardo Nunes e Coronel Mello Araújo após almoço na Prefeitura de São Paulo

Juliana Arreguy/ Metrópoles

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Tarcísio, Nunes, Bolsonaro e bolsonaristas jantando em SP

Divulgação

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Milton Leite, presidente da Câmara de SP, Tarcísio, Nunes e Kassab, secretário de Governo

Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

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Tarcísio e Nunes recebendo uma bênção

Reprodução/Canção Nova

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Nunes, sua mulher, a primeira-dama do Estado e Tarcísio, juntos no The Town

Reprodução/Instagram

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Nunes e Tarcísio

Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP

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O governador Tarcísio e o prefeito Ricardo Nunes

Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

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O prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas

Fernando Nascimento/Governo de São Paulo

Vice radical Contra a entrada de Coronel Mello na chapa, para aliados de Nunes, pesa o fato de ele ter comandado a Rota, grupo da PM com histórico de ações violentas, principalmente na periferia, o que poderia afastar o eleitorado das comunidades paulistanas.

O prefeito, no entanto, rebateu os comentários de que seu pré-candidato a vice poderia ser considerado um nome “radical”.

“Se for para ser radical contra a exploração infantil, é o que quero. Se for ser radical contra o crime organizado, é o cara que eu quero. Se for para ser radical com relação à questão fiscal, de pegar uma empresa com déficit, ficar dois anos e nos dois anos dar lucro, é o radicalismo que eu quero. Então, dentro do contexto dessas questões, é isso o que eu desejo, ter alguém do meu lado que não seja ilustrativo”, disse Nunes nesta tarde.

Nunes também acrescentou que “não vai ser o vice-prefeito” o responsável por atuar em questões de segurança no município. “Mas ele pode colaborar muito comigo, principalmente nesses quesitos que ele se demonstrou com bastante eficiência”, declarou.

Fritura do vice O Metrópoles apurou que aliados de Nunes projetam um processo de fritura contra Coronel Mello para inviabilizá-lo como vice. O entorno do prefeito aposta que, além de não agregar votos, Mello será visto como alguém incapaz de frear o crescimento do coach Pablo Marçal (PRTB), que lançou mês passado sua pré-candidatura à Prefeitura, nas pesquisas eleitorais.

Caso o coach continue a crescer nas pesquisas de intenções de votos, Mello Araújo será apontado como o culpado pela queda de Nunes, o que pode colocar em risco a ida do prefeito a um eventual segundo turno contra Guilherme Boulos (PSol). Isso abriria espaço para a escolha de outro vice antes do fim do prazo para registro oficial da candidatura, em 15 de agosto.

O acordo entre dirigentes dos 12 partidos que deverão estar na coligação de Nunes é que, caso a fritura do Coronel Mello dê resultados, a vaga da vice continuará com o PL e, possivelmente, será destinada a uma mulher.

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