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TEIXEIRA DE FREITAS é a terceira cidade mais violenta da BAHIA

Quatro cidades da Bahia aparecem entre as 10 mais violentas do Brasil, segundo o Atlas da Violência 2017. Lauro de Freitas, Simões Filho, Teixeira de Freitas e Porto Seguro apresentam as maiores taxas de homicídios do estado, contabilizando as taxas de assassinatos e mortes violentas com causa indeterminada (MVCI), a cada 100 mil habitantes.

Os dados foram produzidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e levam em consideração o período entre 2005 e 2015. No atlas, uma lista com os 30 municípios mais violentos do país considera apenas as mortes que aconteceram em 2015.

Em 2015, Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), teve 177 homicídios – número menor do que outras cidades –, mas na porcentagem com a população, tem uma taxa de 92,5% de homicídios e 5,2% de MVCI. Já Simões Filho, também na RMS, teve 112 homicídios, com taxa de 84,1%, mais 8,3% de MVCI, contabilizando o total de 92,3%.

Em sétimo lugar, aparece Teixeira de Freitas, no Sul do estado, teve 114 homicídios, com 72,2%, e 15,8% de MVCI, totalizando 88,1%. Em nono lugar, Porto Seguro, também no Sul da Bahia, teve 123 homicídios, com taxa de 84,6%, 1,4% de MVCI, totalizando 86%.

Cidades

Taxa de homicídio + MVCI (%)

Altamira (PA)

107,02

Lauro de Freitas (BA)

97,73

Nossa Senhora do Socorro (SE)

96,44

São José de Ribamar (MA)

96,45

Simões Filho (BA)

92,36

Maracanaú (CE)

89,47

Teixeira de Freitas (BA)

88,18

Piraquara (PR)

87,19

Porto Seguro (BA)

86,01

Cabo de Santo Agostinho (CE)

85,3

Em primeiro lugar no país, aparece a cidade de Altamira, no Pará, com taxa de homicídios e MCVI de 107%. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, referentes ao intervalo de 2005 a 2015, e dos registros policiais publicadas no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do FBSP. Para listar os 30 municípios potencialmente mais violentos e menos violentos do Brasil em 2015, o estudo considerou as mortes por agressão (homicídio) e as mortes violentas por causa indeterminada (MVCI).

De acordo com o Atlas, apenas 2% dos municípios brasileiros (111) respondiam, em 2015, por metade dos casos de homicídio no país, e 10% dos municípios (557) concentraram 76,5% do total de mortes. Os estados que apresentaram crescimento superior a 100% nas taxas de homicídio são das regiões Norte e Nordeste.

Comparativo
Após reunião de balanço do Pacto Pela Vida, o governador Rui Costa afirmou que não tem como fazer comparativos entre os dados de cada estado, já que cada unidade contabiliza de uma maneira diferente. “Eu acho que qualquer comparação feita no Brasil tem um grave problema. A base de dados é muito distorcida. Não há um normativo no Brasil de padronização nos registros”, afirma.

Ainda de acordo com o governador, alguns estados contabilizam “crimes a investigar”, que não entram na lista de homicídios. Esse método não é usado na Bahia. Costa diz que o número de assassinatos na Bahia é real, mas não devem ser comparados com cidades de outros estados.

“Os nossos números são verdadeiros. Publicamos integralmente, mas não posso comparar com outras cidades porque vários estados brasileiros usam elementos de registro diferentes do que fazemos”, explica.

Facções
O Secretário da Segurança Pública (SSP) apontou que os rankings comparativos não são um bom indicativo para fazer esta medição, já que cada estado contabiliza os dados de maneira diversa. “Ou a gente tem uma política nacional dos índices de violência ou a gente vai ficar discutindo instituto de pesquisa como se isso fosse resolver o problema”, comentou.

Ele ainda apontou atribuiu à diferença entre os dados por causa das guerras entre facções. Na Bahia há pelo menos onze delas. “Nos estados em que há monopólio do crime, você não tem brigas entre as facções. Em outros locais em que você tem três ou quatro facções pequenas brigando, o número de homicídios tende a aumentar”, disse, acrescentando que entre 70% das mortes violentas na Bahia estão ligadas ao tráfico de drogas.

Pacíficos
Barreiras, no Oeste da Bahia, pode ser considerada a cidade mais pacífica do país, de acordo com o Atlas. No entanto, essa informação só leva em consideração o número de homicídios que aconteceu em 2015. A taxa de homicídio foi de 0,65%, porque apenas um homicídio foi registrado na cidade.

No entanto, no mesmo ano, foram registrados 119 MVCI, que resulta em uma taxa de 77,3 por 100 mil habitantes, o que eleva o município para a relação dos municípios mais violentos.

Entre os 30 mais pacíficos, 24 são municípios da região Sudeste. No entanto, os dois primeiros da lista ficam em Santa Catarina: Jaraguá do Sul (3,7) e Brusque (4,1). Em seguida, aparecem Americana (4,8) e Jaú (6,3), ambos em São Paulo, Araxá, em Minas Gerais (6,8), e Botucatu (7,2), também em São Paulo.

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