Joanna Guerra foi a vencedora do Prêmio Baianos do Ano, promovido pelo CORREIO, na categoria de Ciência, com quase cinco mil votos. Ela foi destaque durante a pandemia ao realizar lives focadas no cuidado, atenção e preocupação com saúde mental, tema bastante relevante num período de preocupação com o vírus e o isolamento social. O prêmio reconhece e presta uma homenagem a personalidades que se destacaram durante o ano, seja por seus trabalhos ou por aquilo que representam.
Em suas redes sociais, Joanna aborda seu processo de autoconhecimento a partir das experiências com saúde mental, demonstrando que Ciência não se faz apenas em laboratório – e que as Ciências Humanas estão em um patamar tão relevante quanto. No Instagram, mostra aos seus mais de 35 mil seguidores as multifacetas de sua identidade enquanto mulher, negra, feminista, apaixonada por livros, divulgando conteúdos de ciência, ativismo e bem-estar.
Joanna contou que, antes de ter recebido o prêmio, ficou surpresa por ver que estava concorrendo pela categoria de ciência, justamente por acreditar que outras personalidades e empresas que também disputavam a premiação pudessem se ‘encaixar melhor na categoria’.
“Logo veio a autossabotagem, me questionei se merecia, se isto que eu faço de fato é ciência. Depois veio uma retrospectiva lá de 2014 quando iniciei os trabalhos pela terra chamada internet. E por fim a ficha caiu”, relatou.
No entanto, a baiana começou a se perguntar o que realmente era e se existia uma ciência mais importante que a outra.
“Sou das Ciências Humanas e faço um trabalho contínuo de desmistificação da depressão e ansiedade, a partir da minha vivência e das minhas dores. Trago as minhas negritudes para que outras se vejam em mim. Minhas batalhas diárias contra a depressão especificamente e das pequenas vitórias”, explicou.
Segundo Joanna, a ideia do Instagram é que o máximo de pessoas saibam o que é a depressão, como identificar e viver com a doença. Ela também pontuou que outro objetivo é combater o preconceito que silencia muita gente e machuca através do desconhecimento.
“No final, o prêmio me fez compreender que também faz parte da minha saúde mental e da de tantas mulheres pretas aceitar que se é boa em algo ou que se está no lugar onde você trabalhou tanto pra chegar. Merecimento passa também pela aceitação. Eu aceito o prêmio e dedico a todas aquelas que, assim como eu, se questionam e se põe em dúvida por medo de aceitar vencer”, finalizou Joanna.
Joanna é natural de Irecê, no norte baiano, mas mora em Salvador desde 2004.
Sobre o prêmio
A terceira edição do Prêmio Baianos do Ano traz uma novidade: os vencedores da vez receberam uma estatueta: o Acarajé de Bronze, que também passa a representar a premiação, e será entregue em breve. A ideia é reconhecer e homenagear personalidades, instituições ou coletivos que se destacaram durante o ano, seja por seus trabalhos ou por aquilo que representam.
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Foram ao todo seis categorias, definidas com base nos conteúdos mais comuns da Coluna Baianidades. Assim, o público pôde votar nos destaques de 2022 em Arte & Cultura, Humor & Internet, Música, Literatura, Ciência e Esporte.
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A votação aconteceu até o meio-dia do próximo dia 29 de dezembro e o resultado foi divulgado no dia 31 de dezembro. A dinâmica da premiação seguiu a mesma: seis especialistas convidados indicaram três destaques em cada categoria. A partir dessas listas tríplices, os leitores escolheram, no site especial do prêmio, qual seria o premiado.