A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou, nesta terça-feira (17/1), imagens sobre o caso da cabeleireira Elizamar da Silva, 39 anos, e seus parentes. Desaparecidos desde 12 de janeiro, a suspeita é de que o marido e o sogro de Elizamar tenham encomendado a morte dela, dos filhos, da sogra e da cunhada. Um dos vídeos divulgados pela PCDF mostram o lugar em que Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior de Oliveira, 25, respectivamente sogra e cunhada da cabeleireira, teriam permanecido em cativeiro.
A filmagem mostra agentes policiais andando por um cômodo com colchões colocados diretamente sobre o chão, provavelmente onde as vítimas dormiam. Há, ainda, alguns móveis pelo local, incluindo um sofá.
Veja o vídeo:
De acordo com o depoimento de um dos presos por suspeita de envolvimento com o crime, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos, Renata e Gabriela teriam sido mantidas em cativeiro por Thiago Gabriel Belchior, 30, marido de Elizamar; e Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, sogro dela [respectivamente filho e marido de Renata].
Marcos teria, inclusive, roubado o celular delas e respondido mensagens de texto, se passando pelas mulheres. Vendadas, ambas eram ameaçadas constantemente, inclusive com violência psicológica de que seriam alvejadas. Os corpos das duas seriam os dois encontrados dentro de outro carro, em Unaí (MG), segundo o depoimento do suspeito preso.
MotivaçãoDe acordo com o depoimento de Horácio, Marcos e Thiago arquitetaram o crime pois queriam subtrair R$ 100 mil de Elizamar e R$ 400 mil de Renata.
As informações foram divulgadas pelo delegado-chefe da 6ª DP (Paranoá), Ricardo Viana, em coletiva realizada no início da noite terça-feira (17/1) com base no depoimento de Horácio.
De acordo com o delegado da Polícia Civil do DF (PCDF), Thiago pagaria R$ 100 mil a Horácio e a Gideon Batista de Menezes, 55 anos, (o outro preso) pela morte de Elizamar.
“Ele [Horácio] relatou que o Thiago junto com Marcos encomendou ele e o Gideon para que fizessem os crimes. Ele recebeu R$ 100 mil. Apreendemos R$ 15 mil que seria de pagamento”, disse o delegado.
Outra parte do dinheiro em questão seria da venda de um terreno da esposa de Marcos, Renata, no valor de R$ 400 mil.
Ainda de acordo com Viana, imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento em que Gideon Batista de Menezes, 55 anos, (o outro preso) compra um galão de gasolina. Tudo leva a crer que o líquido inflamável foi utilizado para queimar o corpo da cabeleireira e dos três filhos.
Veja:
Confirmação das mortesDe acordo com o delegado, ainda não há confirmação pericial de os corpos encontrados carbonizados dentro de dois carros sejam de Elizamar, filhos e de Renata e da filha. Porém, segundo ele, as investigações “levam a crer” que os corpos sejam deles. Até o momento, todos são considerados desaparecidos.
Os corpos estão no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia para análise dos peritos. Thiago e o pai, Marcos, ainda são procurados. Anteriormente, eles também eram tratados como desaparecidos, mas a suspeita é que ambos tenham fugido com uma mulher, identificada como Cláudia, e a filha dela, de nome Ana Beatriz. A primeira seria amante de Marcos, o sogro de Elizamar.
Relembre o casoElizamar sumiu na quinta-feira (12/1), ao sair da casa da sogra com os três filhos menores de idade. No dia seguinte, a polícia encontrou um carro carbonizado, igual ao da cabeleireira, e com quatro corpos dentro. Ainda não há informações se os cadáveres são da empresária e das crianças.
O mistério em torno do desaparecimento de Elizamar da Silva e dos filhos dela ganhou novos capítulos no domingo (15/1), após a família registrar boletim de ocorrência pelo desaparecimento de Thiago Gabriel Belchior, marido da empresária e pai das crianças.
Os pais de Thiago, Renata e Marcos também eram considerados desaparecidos, além da irmã dele, Gabriela Belchior de Oliveira.
Policiais da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) prenderam dois suspeitos pelos desaparecimentos. Um deles é Gideon Batista de Menezes. O homem foi detido no Recanto das Emas e está na unidade da PCDF do Paranoá. O outro suspeito foi identificado inicialmente como Horácio Carlos Ferreira Barbosa.