A Coreia do Sul anunciou uma reforma no sistema de trabalho do país, que eleva o número de horas semanais de 52 para 69. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o povo-sul coreano é um dos que mais trabalham, com carga horário de em média 1.915 horas por ano.
Segundo a agência de notícias Yonhap, a medida acontece após pedidos de empresas que alegam dificuldade em cumprir prazos com a atual jornada de trabalho dos funcionários. O governo afirmou que a reforma significaria maior liberdade na hora de o funcionário escolher quando trabalhar ou folgar.
De acordo com o ministro do Trabalho, Lee Jeong-sik, a medida possibilitaria que funcionários transformassem horas extras em férias ou programar jornadas mais ou menos longas dependendo da carga de trabalho da época.
“[O plano] beneficiará os trabalhadores com vários sistemas de horário de trabalho, como uma semana de trabalho de 4 dias e um mês sabático, ao mesmo tempo em que ajudará as empresas a gerenciar sua força de trabalho”, afirmou Lee Jeong-sik durante a apresentação da proposta.
O Ministério de Trabalho disse que a nova reforma obrigaria um descanso de 11 horas entre os turnos, além de determinar um limite de horas trabalhada por mês, trimestre e ano. A medida também prevê restrições de trabalho por mais três semanas de 60 horas consecutivas.
Após a apresentação da proposta, o Partido Democrata – oposição do atual governo – afirmou que as novas leis poderiam desencadear uma onda de desemprego no país, com empresas podendo compensar demissões com maiores jornadas de trabalhos aos que permaneçam produzindo.
Presidente se pronunciaApós a apresentação da nova reforma, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, pediu que a proposta fosse revisada antes que fosse enviada para a Assembleia Nacional, quando o plano será submetido a aprovação até julho após o público apresentar suas opiniões sobre o projeto.
O chefe de estado sul-coreano pediu que as novas gerações fossem ouvidas, principalmente a geração MZ, termo coreano para se referir aos millennials e a geração z.
Contudo, o primeiro-ministro Han Duck-soo foi enfático ao ser questionado se a decisão do presidente representava uma reconsideração total da reforma proposta para a jornada de trabalho semanal na Coreia do Sul. “De jeito nenhum”, respondeu à impressa local. “Nada mudou no quadro original”.