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Fernando Henrique Cardoso, José Serra e outros ilustres tucanos dizem que Lula foi obrigado a fazer uma política econômica mais ortodoxa do que a deles por culpa do PT e dele mesmo, Lula.
O PT e Lula gastaram os últimos 15 anos prometendo que, uma vez no poder, mudariam tudo. Por causa disso, às vésperas da eleição de 2002, risco-Brasil, dólar e expectativa de inflação dispararam.
O argumento dos tucanos é verdadeiro – mas só em parte.
Enquanto Lula e o PT prometiam manter a política econômica de FHC, Serra se encarregava de fazer o discurso do medo.
Falou que o Brasil poderia virar uma nova Argentina caso Lula fosse eleito. No segundo turno, acenou com o exemplo da Venezuela de Chaves.
O discurso do medo, tão caro aos ouvidos dos que desejavam a derrota de Lula, foi também responsável pela disparada do dólar, do risco Brasil e da ameaça de inflação.
Sobrou para Lula uma herança maldita, sim. O que não justifica a paralisia, a falta de projetos concretos, a ausência de gestores competentes do governo atual.
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A passagem mais importante do discurso feito ontem em São Paulo pelo ministro José Dirceu, da Casa Civil, foi aquela onde ele disse mais ou menos assim: tão importante quanto a política fiscal deve ser a política social.
Dirceu ainda não desistiu de tentar abrandar o rigor da política econômica do ministro Antonio Palocci, da Fazenda. Ele acha que a meta de inflação pode ser um pouquinho maior e que a meta do superávit primário deve ser revista para baixo.
Lula também pensa assim – e o disse há 10 dias em reunião com seis ministros. Palocci não estava presente.