Um dos novelistas mais consagrados da TV Globo, Aguinaldo Silva conta em seu novo livro, “Meu passado me perdoa”, os bastidores de sua saída da emissora, selada no começo de 2020.
Na obra de 400 páginas que será lançada em 10 de julho pela Todavia, Aguinaldo relata ter recebido uma ligação de um funcionário subalterno da Globo às 8h do dia 1º de janeiro de 2020. O autor estava dormindo em um hotel de luxo em Portugal, depois de passar a noite em um “réveillon ensandecido”. Acordado pelo telefonema, o novelista conta ter sido informado que, após o dia 29 de fevereiro, data do fim de seu contrato, ele estaria fora da emissora.
Aguinaldo Silva viu no modo como a ligação foi feita – nas primeiras horas do Ano Novo – uma tentativa de arrancar dele “uma reação de choque ou escândalo”. Segundo o novelista, sua resposta foi pedir que o funcionário da Globo ligasse no dia seguinte, a partir das 11h, o que foi feito.
Vinte minutos depois da nova ligação, diz Aguinaldo, um escritório de advocacia português enviou à casa dele, em Lisboa, um documento a ser assinado, aceitando o fim do contrato.
No livro, Aguinaldo chama de “justiça divina” o fato de entre 2020 e 2021, mesmo demitido, ter visto dois de seus folhetins, “Fina estampa” e “Império”, serem reexibidos na Globo em razão da pandemia de Covid-19, que interrompeu as gravações das produções da emissora. O autor celebrou o fato de ter recebido quase mais dois anos de pagamentos.
“Ao saber dessa notícia, mesmo de máscara e com o vidrinho de álcool em gel a postos, confesso que saí pelos corredores da minha casa a dançar o mambo. Três meses tinham se passado desde que o tal sujeito me ligara às oito horas de um dia 1º de janeiro para dizer que a emissora não estava mais interessada no meu trabalho, ou seja, me mandando à merda. E lá estava eu de novo no horário nobre!”.