Ao se manifestar sobre ter gravado Bolsonaro, Alexandre Ramagem afirmou que o então presidente não só sabia como concordou que a reunião, para discutir o processo de Flávio, fosse registrada em áudio. A justificativa seria obter provas de uma eventual proposta “não republicana” que poderia ser feita por algum emissário de Wilson Witzel, à época governador do Rio de Janeiro.
Ocorre que até mesmo aliados de Ramagem classificam a versão como inverossímil. Participantes do encontro, Juliana Bierrenbach e Luciana Pires, advogadas de Flávio Bolsonaro, não foram avisadas de que a conversa seria gravada e da possibilidade da tal proposta.
Ora, se a ideia era proteger Flávio na esfera judicial, era de se esperar que as defensoras do senador fossem colocadas a par da estratégia. “Em nenhum momento o Ramagem falou que gravaria o encontro”, revela Bierrenbach.
O suposto interlocutor de Witzel, que faria a tal oferta indecorosa, tampouco participou do encontro. Então por que Ramagem manteve o celular gravando uma conversa só com aliados? As possibilidades não depõem a favor da boa relação que o deputado ainda mantém com a família Bolsonaro.
Bolsonaro apoia Ramagem Em conversa com a coluna no sábado, o ex-presidente informou que continua apoiando Ramagem à Prefeitura do Rio, mas evitou comentar a gravação feita pelo parlamentar.
“Em relação a esse áudio, tem gente dizendo que eu reagi de uma forma ou de outra… Muita gente tenta falar por mim e não acerta. Não vou entrar nessa questão da gravação”, disse Bolsonaro.