Advogada desaparecida em Petrópolis RJ), Anic Almeida Peixoto Herdy, 55 anos, enviou uma mensagem aos filhos depois de sumir. “Bom dia, meus filhos. Se vocês estão recebendo essa mensagem agora é porque eu já estou longe. Fui embora do Brasil”, escreveu.
O texto foi enviado pelo celular de Anic, em 13 de março, 13 dias após o desaparecimento. À época, Benjamin Cordeiro Herdy, marido da advogada, havia levantado a quantia exigida pelo resgate do suposto sequestro e feito o pagamento. As informações são do jornal Extra.
“Queria explicar a vocês o que me motivou a fazer tudo isso. Minha vida de uns tempos pra cá está sendo muito difícil para mim. Estou doente e infeliz. Preciso deixar vocês viverem. Há muito tempo sinto que estou sufocando vocês a ponto de vocês dois me colocarem pra fora da casa de vocês. Isso dói muito. Vivi minha vida por vocês. Benjamin me castigando sempre e vocês aprenderam com ele. Jogou os dois contra mim. Seu pai acha que é o dono do mundo, o todo poderoso. Tenho que implorar dinheiro a ele, enquanto pros carros dele e pros outros filhos ele gasta a vontade. Conheci uma pessoa que me dá valor, que enxerga minha essência, que me ama de verdade. E é com ele que pretendo viver o restinho da minha vida. Quando seu pai se for daqui a 50 anos, eu volto pra ver vocês. O que eu fiz foi por amor, amor a vocês, por mais controverso que possa parecer. Converse com suas psicólogas, e elas irão explicar. Beijo. Amo vocês”.
A filha de Anic responde logo depois: “Se você vai falar isso pra mim, vai ser pessoalmente. Eu quero pelo menos ouvir isso da sua voz”.
Advogada sequestrada: entenda papel de cada envolvido no caso
Para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, Lourival Correa Netto Fatiga, que, além de estar preso, é apontado como amante dela, roubou o telefone de Anic para poder se passar por ela. O telefone, que estava desligado desde o dia do desaparecimento dela, em 29 de fevereiro, voltou a ser ligado em 11 de março, quando foi marcado o pagamento do resgate.
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Advogada desaparecida na região serrana do Rio de Janeiro Reprodução/Redes Sociais
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Lourival Correa Netto Fatiga é apontado como mentor do sequestro pela polícia Reprodução
Um dia antes da mensagem em tom de despedida enviada pelo celular da advogada, o marido de Anic havia contado para a filha o que estava acontecendo. A jovem, então, apresentou na delegacia mensagens trocadas com o pai e Lourival.
Lourival era amigo da família havia três anos e, para a polícia, foi o idealizador do crime. O relatório final das investigações sobre o desaparecimento da advogada e estudante de psicologia Anic revela, ainda, a proximidade entre o suspeito e a vítima, que, segundo o depoimento de uma testemunha, mantinham um caso extraconjugal.
Anic desapareceu em 29 de fevereiro, após deixar o carro no estacionamento de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A advogada foi vista pela última vez às 11h34 daquele dia, após sair do centro comercial.
A partir da análise das imagens de câmeras de vigilância, a 105ª DP (Petrópolis) concluiu que Anic e Lourival se encontraram em 29 de fevereiro. Existe, ainda, a hipótese de que Anic estaria envolvida no próprio sequestro.
Além de Lourival, conhecido como Gordo ou Fatica, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que os dois filhos dele, além de outra amante, teriam sido cúmplices do desaparecimento da advogada.
Um novo inquérito foi aberto na 105ª DP, de Petrópolis, para localizar Anic.